Nesta quinta-feira, 12 de maio, atividades celebrativas e oracionais deram início as comemorações pelos 15 anos da abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, que foi realizada no Santuário Nacional de Aparecida em 2007.
No encontro, onde foi refletido e orado sobre o chamado para cada fiel católico a assumir sua missão como batizado, também foi a idealização do Documento de Aparecida, que reafirma valores da Igreja como a opção pelos pobres, a centralidade da Bíblia e o protagonismo dos leigos como Discípulos e Missionários de Jesus, sendo uma referência indispensável da Igreja atual. Entre os redatores do documento estava o então Arcebispo da capital argentina Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, hoje o Papa Francisco.
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A celebração do encontro internacional foi iniciada no final da tarde desta quinta-feira, com a inauguração do Espaço Memória, uma exposição de 15 painéis com quase 70 fotos e ilustrações, mostrando as Conferências anteriores e detalhes do quinto encontro realizado no Santuário Nacional. O local está aberto para a visitação até 12 de julho, na Capela de Passagem da Basílica, próxima à Torre Brasília.
Já no início da noite, no Altar Central, foi realizada a oração do Santo Terço, com cânticos e a proclamação do Evangelho, recordando o momento eternizado pelo Papa Bento XVI, em 13 de maio de 2007. Leigos, religiosos e funcionários do Santuário Nacional participaram orando os Mistérios. As celebrações se encerram nesta sexta-feira (13) com a Santa Missa das 9h, também no Altar Central do Santuário.
Durante o Terço, o cardeal Dom Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo (SP), pediu para que o povo de Deus ore pela Paz e o fim de todas as guerras que estamos sofrendo na atualidade.
Nesta parte das celebrações, estiveram presentes Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, bem como Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e 1º vice-presidente da CNBB, Dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, e o monsenhor Miguel Cabrejos Vidarte, arcebispo de Trujillo, no Peru, presidente do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (CELAM).
Dom Joel ressaltou, em entrevista ao A12, que relembrar a Conferência é essencial para o futuro da nossa Igreja:
“Cada um desses momentos recorda algo muito importante. O Terço daquela noite, em 2007, foi o momento que emocionou todo mundo ao ver essa Basílica cheia rezando o Terço com o Papa Bento XVI. Esta conferência esteve muito além do seu tempo, e em 2007 já indicava realidades que hoje nós estamos sentindo acontecer. Por isso, o Documento de Aparecida não é um documento esgotado, pelo contrário, temos muito ainda por fazer”, disse.
O secretário-geral da CNBB também enfatizou o desenvolvimento pastoral e missionário no país nesses 15 anos:
“Um grande avanço pastoral que a igreja no Brasil teve, em consequência de Aparecida, foi a iniciação à vida cristã, uma catequese de perfil mais catecumenal, firmando o discipulado missionário. Agora mais recentemente, o desafio das pequenas comunidades que, na Igreja no Brasil, chamamos de comunidades eclesiais missionárias, e mais recentemente ainda, toda a questão da relação da palavra de Deus com as indicações da Leitura Orante, dos pequenos grupos que se alimentam da palavra de Deus. Pelo menos essas três são marcas muito importantes vindas pela Conferência de Aparecida para nós”, concluiu o Bispo.
Monsenhor Cabrejos, presidente do Celam, falou do que evoluiu nos conceitos pastorais desde a Conferência Latino-americana de 2007:
“Acho que devemos começar dizendo que o encontro em Aparecida foi e é um Kairós, ou seja, um tempo de graça. Não é possível entender o que aconteceu em Aparecida se não fosse com a ajuda do Espírito Santo e do povo de Deus, porque pastores e bispos se reuniram neste Santuário, mas o povo de Deus devoto à Virgem também estava lá. Então Aparecida provocou um grande despertar, um grande compromisso: o espírito missionário, essa missão de conectar é um impulso que faltava”, disse o Monsenhor.
O religioso peruano disse como deve ser esse trabalho pastoral:
“Bem, o que é o impulso missionário senão o tempo altivo da evangelização e todas as limas pastorais como processo, e não como eventos, porque um evento começa, se organiza e morre. Devemos pensar a Conferência e o Documento de Aparecida como o grande processo de evangelização a partir das missões, da Igreja de saída, conforme diz o Papa Francisco, e esse encontro de 15 anos ainda é suficiente para continuar avançando nesse processo” , finalizou.
Padre Heliomarcos Ferraz, C.Ss.R, ecônomo adjunto do Santuário Nacional, relata da alegria da nossa Igreja em celebrar esse grande momento:
“Quando a gente apresenta essa rica história para o público, e a gente celebra isso com o episcopado brasileiro e latino-americano, marca esta grande relevância que tem a Igreja no Brasil. E a gente apresentar isso para as pessoas, com esses objetos que estão presentes, os documentos que foram utilizados, esse encontro é muito importante. Nós nos sentimos muito agradecidos, nos sentimos felizes por Aparecida ser esse lugar em que as pessoas vêm para celebrar a fé e fortalecer esse vínculo de Ser Cristão e Cristã”, disse o Missionário Redentorista.
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