No início do ano, o Vaticano aceitou o pedido da Diocese de São José dos Campos para a abertura do processo de beatificação do advogado Franz de Castro Holzwarth, morto em uma rebelião na cadeia de Jacareí, interior de São Paulo, em 1981.
A exumação é uma exigência do Vaticano para o processo de beatificação. Devido a isso, após a exumação do corpo em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, cidade natal do advogado, os restos mortais foram trazidos para Igreja Matriz de São José dos Campos, Vale do Paraíba, interior de São Paulo, nesta semana.
O advogado, que já é reconhecido pelo Vaticano como “Servo de Deus”, mantinha trabalho social no presídio de Jacareí, foi morto em uma rebelião, após ser chamado para ser mediador e se oferecer para ocupar o lugar de um refém que era policial militar. Além dele, cinco presos e um policial morreram durante o motim.
Seu ato de coragem ao se oferecer como refém, fez jus a sua vida de dedicação a ajudar os necessitados, pois desde os 20 anos, mudou-se para Jacareí, se formou em direito e iniciou sua trajetória de ajudar os mais pobres, além de fundar a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) e se tornou o vice-presidente da entidade.
Ao que tudo indica, o processo de beatificação e canonização poderá ser mais rápido do que o de Frei Galvão, já que sua avaliação será para mártir.
Maria Helena, especialista em liturgia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora de Assunção de São Paulo, explica os motivos que levam a crer que esse processo de canonização leve menos tempo.Leia MaisFilme sobre a Beata Albertina é entregue ao PapaPapa Francisco celebra nova beata brasileira: “Aplausos!”
“Franz não tinha ordenação. Não era padre, bispo e nem frei. Era um civil. O estudo no caso dele será sobre sua obra e sua disposição de dar a vida pelo próximo. Considerada uma atitude divinal semelhante à de Jesus Cristo. Para a classificação de homem mártir não é preciso a confirmação de milagres, por isso o processo deve ser mais rápido”.
Após a beatificação, o Vaticano exige que ao menos um milagre seja comprovado e uma comissão analisa o processo em Roma.
Se a Comissão de Conselheiros do Vaticano concluir que Holzwarth teve trajetória de vida similar à de um mártir, ele se tornará, depois de Frei Galvão, o segundo santo brasileiro e o primeiro leigo (civil).
Fonte: Vatican News, G1
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