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Igreja e ONU visam mundo sem armas nucleares

"Eliminar as armas nucleares é a única garantia de que nunca serão utilizadas", diz António Guterres, secretário-geral da ONU

Escrito por Isabela Araujo

02 AGO 2022 - 13H42 (Atualizada em 02 AGO 2022 - 15H55)

Reprodução/ Shutterstock

Leia MaisA luta do Papa para “silenciar o clamor das armas” Jornada Bíblica - "Nada de armas, nem guerras"Nesta segunda-feira, 1° de agosto, houve a abertura da conferência dos 191 países signatários que assentem ao acordo do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP).

O Tratado, que existe desde 1970, é a principal regulamentação nuclear civil e militar que tem como objetivo assegurar que as armas nucleares não sejam disseminadas no mundo.

Entretanto, alguns países estão autorizados a ter a posse, que são os membros do Conselho de Segurança: China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos.

Em janeiro deste ano, tais potências nucleares se comprometeram a agir na prevenção ao acesso e a disseminação dessas armas, enquanto o atual relatório da conferência seja válido.

REUTERS/Lisa Leutner
REUTERS/Lisa Leutner

Durante a abertura desta 10ª conferência, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez um alerta sobre a situação do mundo em relação ao número de armas nucleares, que já somam mais de 13 mil mantidas nos arsenais mundiais.

“Excelências, as nuvens que se abriram após o fim da Guerra Fria estão se reunindo mais uma vez. Tivemos uma sorte enorme até agora, mas sorte não é a estratégia, nem é o escudo contra as tensões geopolíticas que se transformam em conflito nuclear”, explica António.

Em pedido à redução do arsenal nuclear, o secretário alega que o mundo precisa do Tratado como nunca antes: “Hoje, a humanidade está a um equívoco, a um erro de cálculo da aniquilação nuclear”, diz Guterres.

Reprodução/ Vatican News
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Papa Francisco se manifestou no Twitter, na conta @Pontifex, por causa do início da Conferência, para reforçar a posição da Igreja perante o assunto:

“O uso de armas nucleares, assim como sua posse, é imoral. Tentar assegurar a estabilidade e a paz através de uma falsa sensação de segurança e um 'equilíbrio de terror' inevitavelmente leva a relações envenenadas entre os povos e dificulta o verdadeiro diálogo", tuitou o Pontífice.

Em junho deste ano, o Papa já havia reforçado o posicionamento em uma mensagem enviada ao presidente da primeira reunião dos Estados membros do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, Embaixador Alexander Kmentt.

Vale ressaltar que o Papa Francisco sempre se posicionou frente a essas discussões, a favor do desarmamento global. Durante sua visita ao Japão, país que foi ferido pela arma, o Pontífice foi claro em sua mensagem.

Se “queremos realmente construir uma sociedade mais justa e segura, devemos deixar que as armas caiam de nossas mãos”, diz Francisco.

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