Veja as fotos da cerimônia de beatificação de Isabel Cristina

Leia MaisProcesso de beatificação do Padre Cícero é oficialmente abertoDiocese de Crato anuncia data de beatificação da “Heroína da Castidade”Isabel Cristina Mrad Campos se tornou beata, no sábado (10), na cidade de Barbacena, Minas Gerais.

A celebração começou às 10h, foi presidida pelo Cardeal Dom Raimundo Damasceno e marcou o fim do tríduo em preparação à beatificação de Isabel Cristina.

O tríduo, inclusive, aconteceu com o objetivo de ajudar a comunidade a conhecer a história da beata. Os temas centrais escolhidos foram: “Quem foi Isabel Cristina?”, “O Martírio” e “O processo de beatificação”.

David Ferreira/ TV Aparecida

Após os ritos iniciais da celebração, a encargo do Santo Padre, Papa Francisco, Dom Raimundo leu a Carta Apostólica com a qual o Pontífice inscreveu, entre os beatos, a Venerável Serva de Deus, Isabel Cristina.

“Isabel Cristina Mrad Campos, fiel leiga, mártir, alegre testemunha da caridade evangélica para com os enfermos. À qual, por amor de Cristo, defendeu sua virgindade e dignidade, seja invocada, de agora em diante, como o nome de beata e possa ser celebrada no dia 1º de setembro, dia que ela nasceu para o céu”, escreveu o Papa na Carta.

Dom Raimundo, em sua reflexão e homilia, falou da importância e exemplo que Isabel virou para os jovens.

“Olhemos para a beata Isabel Cristina. Jovem, estudante, tinha sonhos, tinha amigos. Deus não nos tira nada”, iniciou Dom Raimundo.

E completou.

“Desde pequena, nossa beata aprendeu em família os valores do Evangelho. Foram esses valores que fizeram com que sua morte se tornasse testemunho e que não devemos ter medo daqueles que podem nos privar da vida.

Isabela aprendeu dos pais a virtude da pureza e da castidade, o amor aos pobres, o cuidado com os mais necessitados. Foram esses valores que a fizeram não ceder ao ódio e a brutalidade e permanecer fiel ao amor e a paz”, falou o Cardeal.

David Ferreira/ TV Aparecida

Por fim, Dom Raimundo Damasceno pediu para não termos medo, inspirados por Isabel Cristina.

“Não tenhamos medo jamais. Com Ele nada temos a temer. Nossa Senhora da Piedade, beata Isabel Cristina, virgem e mártir, protegei Minas Gerais, o Brasil e rogai a Deus por nós”, falou finalizando a homilia.

Reprodução

No domingo, 11 de dezembro, às 15h, haverá missa em Ação de Graças pela beatificação no Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Piedade, também em Barbacena, presidida pelo Arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos.

Após a Santa Missa, haverá a transladação dos restos mortais da Beata Isabel Cristina para a Capela dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, encerrando com o Canto do Te Deum.

.:: Confira as fotos da Celebração:

Quem foi a beata Isabel Cristina

Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena, filha de José Mendes Campos e Helena Mrad Campos. Com o desejo de fazer Medicina, foi para Juiz de Fora (MG) em 1982, para se preparar em um curso pré-vestibular.

Era uma moça como tantas outras. Estudava, namorava, participava de festas, mas tinha uma vida de oração e sonhava ser pediatra para ajudar crianças carentes. Era sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o que certamente aprendeu na família, que era vicentina. Na época, seu pai era presidente do Conselho Central de Barbacena.

Reprodução/ Nossa Senhora da Piedade

No dia 1º de setembro do mesmo ano, um homem foi montar um guarda-roupa no pequeno apartamento para onde se mudara com seu irmão, Paulo Roberto, e tentou violentá-la. Encontrando resistência, deu-lhe uma cadeirada na cabeça, amarrou, amordaçou e rasgou suas roupas. Como continuou a resistir, foi morta sem piedade com 15 facadas. Foi um crime cruel, com grande repercussão, e que abalou muito a família e todos os que souberam do caso.

Pela forma como morreu e, sobretudo pelo testemunho de fé durante sua vida, algumas pessoas tiveram a iniciativa de entrar com o pedido de um processo para sua beatificação. A solicitação foi aceita por Roma e, no dia 26 de janeiro de 2001, em Barbacena, foi instalado o processo, quando Isabel Cristina recebeu do Vaticano o título de Serva de Deus.

Foram oito anos de trabalho, entre coleta de depoimentos e documentos, além da digitação e tradução para o italiano, tendo a fase diocesana do processo sido finalizada em 2009. O seu martírio foi reconhecido pelo Papa Francisco, por meio de decreto, em outubro de 2020.

.:: Assista a celebração na íntegra: