Mês festivo em honra a Santa Paulina acontece em Nova Trento (SC)

Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, que mesmo nascida na Itália, viveu quase toda sua vida no Brasil, é considerada a primeira Santa do nosso país.

2022 é um ano muito importante para os devotos da Madre, já que serão celebrados 80 anos de sua páscoa definitiva, ao morrer em 9 de julho de 1942, bem como os 20 anos de sua canonização por São João Paulo II, em 19 de maio de 2002, além dos 137 anos da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada por Santa Paulina em 12 de julho de 1890.

Para este ano Jubilar, o Santuário de Santa Paulina, localizado na cidade de Nova Trento, em Santa Catarina, celebra julho, um mês festivo, com o tema “Sensibilidade para perceber e disponibilidade para servir”. 

Os fiéis rezaram a Novena, que se encerrou no dia 8 de julho, com diversos temas abordados, como a fé, a esperança, caridade, castidade, pobreza, obediência, humildade, simplicidade e vida de oração, valores que Paulina exerceu durante toda sua vida e ministério.

video_library O Padre Aldo Lisboa, scj, capelão do Santuário de Santa Paulina, mandou uma saudação muito especial ao A12 e falou sobre o mês festivo:

a12 · Padre Aldo fala direto do Santuário Santa Paulina

A irmã Rosane Lundim, coordenadora geral da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, falou da alegria em celebrar o ano Jubilar da Santa Madre e o seu legado.

"Nossa fundadora teve uma vida partilhada e vivenciada com fidelidade a Deus no serviço humilde, simples e orante. Alegria pelo reconhecimento do seu legado, é compromisso pelo legado que ela nos deixou de viver a sensibilidade e a disponibilidade, servindo quem mais precisa. A caridade é o fio condutor da vida de Santa Paulina e sua santidade não vem de uma teoria, mas é feita de gestos simples e humildes, concretos, pacientes e de oração profunda. Santa Paulina foi toda dos pobres e por isso é toda de Deus", concluiu.

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Madre da Caridade

Seu nome de batismo era Amábile Lúcia Visintainer. Ela nasceu em de dezembro de 1865, na cidade de Vigolo Vattaro, região de Trento, que fica ao norte da Itália. Em 1875 a família de Amábile chegou ao Brasil, justamente para a região de Nova Trento, onde vários trentinos italianos já estavam morando.

Em 1888, Amábile teve o primeiro de três sonhos com a Virgem Maria. Nesses sonhos, Nossa Senhora disse a Amábile:

“Amábile, é meu ardente desejo que comeces uma obra: trabalharás pela salvação de minhas filhas.” Amábile responde: “Mas como fazer isso minha Mãe? Não tenho meios, sou tão miserável, ignorante…” Quando acordou após o terceiro sonho, Amábile assim respondeu em oração: “Servir-vos Minha querida Mãe…sou uma pobre criatura, mas para satisfazer o vosso desejo, prometo me esforçar o máximo que eu puder!”

Uma Obra inspirada por Deus

Amábile pediu e seu pai a ajudou a construir uma casinha de madeira, num terreno perto da capela, doado por um barão. O casebre se transformaria num pequeno hospital onde Amábile e Virgínia dedicaram-se arduamente ao cuidado dos doentes, mas, também, ao cuidado e à instrução das crianças.

No dia 12 de julho de 1890, diante dos inúmeros desafios, as amigas acolheram a enferma Angela Viviani em um casebre de madeira doado por Beniamino Gallotti. Após a morte da enferma, em 1891, junta-se a elas Teresa Anna Maule. As três amigas ficaram conhecidas como o trio fundacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e o gesto de acolhida dessa primeira paciente marca a fundação desse instituto religioso.

A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição foi a primeira congregação feminina fundada no Brasil. Pela santidade e necessidade dessa obra, ela foi aprovada rapidamente pelo bispo de Curitiba (PR), em agosto de 1895. Quatro meses após a aprovação eclesiástica, Amábile, Virgínia e Teresa fizeram os votos religiosos na Congregação.

Na ocasião, Amábile adotou o nome de irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Além disso, ela foi nomeada superiora da pequena congregação. Por isso, passou a ser chamada de Madre Paulina.

Morte e Canonização

A partir de 1938, Paulina iniciou um período de grandes sofrimentos físicos. Por causa do diabetes, seu braço direito teve que ser amputado. Depois disso, ficou cega. Ela permaneceu firme, louvando ao Senhor por tudo e sendo cada vez mais amada e admirada pelas irmãzinhas.

Por fim, após quatro anos de dor, ela entregou sua alma a Deus, na casa geral da Congregação, em 9 de julho de 1942. O Papa João Paulo II celebrou sua beatificação em 1991, em visita ao Brasil. Sua canonização aconteceu em 2002, pelo mesmo Papa. Assim, ela passou a ser a primeira Santa canonizada no Brasil.

Oração a Santa Madre Paulina

“Ó Santa Paulina, que puseste toda a confiança no Pai e em Jesus
e que, inspirada por Maria, decidiste ajudar o povo sofrido,
nós te confiamos a Igreja que tanto amas,
nossas vidas, nossas famílias, 
a Vida Consagrada e todo o povo de Deus. 
(pedir a graça desejada) 
Santa Paulina, intercede por nós, junto a Jesus,
a fim de que tenhamos a coragem de lutar sempre, 
na conquista de um mundo mais humano, justo e fraterno. 
Amém.”