Leia MaisFreira de 67 anos é campeã mundial de taekwondoFreiras italianas jogam futebol e organizam Liga Nacional Com pais atores e avô projecionista de sala de cinema, o qual ela sempre acompanhava em seu trabalho, Dolores Hart sempre esteve inserida no mundo cinematográfico e a vontade de atuar era um sonho. Peças de teatro na escola fizeram parte de sua infância e com o passar dos anos, o que até então era um hobby, tornou-se sua profissão.
Sua estreia nas grandes telas foi memorável, isso porque logo em seu primeiro papel atuou junto de Elvis Presley, em “Loving You”. O filme é baseado na carreira de Elvis e foi de grande relevância para ambos, afinal, era sua segunda estreia no cinema, sendo o primeiro em cores, e no qual deu seu primeiro beijo cinematográfico, junto de Dolores.
Após o marco, a atriz fez peças na Broadway, dez filmes e recebeu premiações, tudo isto durante os 5 anos que dedicou a sua carreira. Entretanto, aos 24 anos, algo maior a fez abandonar sua brilhante trajetória no ramo, o chamado de Deus.
“Vocação é um chamado ao amor”
Ainda criança, quando foi morar com seus avós, Dolores iniciou em uma escola católica, fato marcante para a sua escolha de seguir na religião, ainda aos 10 anos de idade.
Mas foi na juventude que a Freira vivenciou um grande marco para a sua escolha, uma ida ao Mosteiro em Connecticut. Na época, ela estava atuando em uma peça em Nova York, mas além do cansaço que a tomava, ela não tinha lugar para ficar por mais tempo na cidade; ao conversar sobre a questão com um amigo, ele a aconselhou que procurasse o local. Dolores conta em entrevista para a EWTN que ao pisar no Mosteiro, soube que pertencia àquele lugar.
Dando voz ao seu sentimento , conversou com a Reverenda Madre da época, que a aconselhou voltar para Hollywood, pois acreditava que o Senhor a queria lá, mas deixou as portas abertas para conversarem no futuro, quando Dolores estivesse mais madura sobre a questão.
Depois deste encontro, e de ter a primeira chama acesa em seu coração sobre seu chamado, um dos filmes que fez foi São Francisco de Assis, em que interpretou Santa Clara, e que a visitou para conseguir interpretá-la, momento de grande comoção para a atriz.
Mas foi no filme “The Inspector”, também conhecido como “Lisa”, em que interpretou uma menina judia holandesa que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, que ela se sentiu guiada.
A partir disso, para sua atuação no filme, Dolores conheceu uma mulher que esteve em Auschwitz desde seus 14 anos até a guerra acabar e o que ela lhe contou a fez perceber que interpretar Lisa era uma maneira de entender a necessidade de redenção que temos como pessoas, em que muitas vezes somos arruinados ou maltratados, e isto não está no plano de Deus. A partir desta conversa, Dolores questionou se seu trabalho como atriz de cinema era o suficiente para o que ela deveria ser e fazer em vida.
Cumprir o chamado de Deus
Após compreender seu legado e dar luz a chama que ardia em seu peito, Dolores abriu mão de sua carreira no cinema, e de toda a vida que tinha, para se dedicar ao Mosteiro da Abadia de Regina Laudis em Connecticut.
Sua escolha não foi bem aceita, principalmente pelos seus empresários e pelo seu noivo. Na época, a atriz era noiva de Don Robison, arquiteto que faleceu em 2011, que quando soube sobre a escolha de Dolores partilhou do sentimento de má aceitação dos demais, mas foi só uma questão de tempo para mudar seu pensamento. Após refletir, Don procurou por Dolores e prometeu estar com ela até o fim, e assim o fez, sendo um amigo fiel e católico de muita fé, como cita a Madre.
União de caminhos
Única freira membra do Oscar e integrante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Dolores, aos seus 83 anos, continua se dedicando ao chamado de Deus, o qual não teve dificuldades em ouvi-lo e abrir mão do que fosse preciso, e mesmo assim continuou contribuindo com o conhecimento adquirido em sua primeira profissão.
A Madre é uma grande referência e inspiração sobre a importância de dar voz ao chamado do coração e cumprir o intuito de Deus para a vida.
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