Ordem dos Frades Menores celebra 800 anos do Cântico das Criaturas

No último sábado (11), a Ordem do Frades Menores realizou oficialmente a abertura do VIII Centenário da composição do Cântico das Criaturas.

A celebração teve início no Santuário de São Damião, em Assis, na Itália, local onde São Francisco compôs o Cântico das Criaturas. O evento incluiu momentos de oração, canto e reflexão sobre os valores franciscanos e cuidado com a criação.

Em seguida, as celebrações prosseguiram no Santuário do Despojamento, também em Assis, um local simbólico onde Francisco renunciou aos seus bens materiais em prol de uma vida dedicada ao Evangelho.

Os eventos dos “Centenários”, iniciado já há alguns anos, fazem parte de um cronograma rumo à celebração dos 800 anos da morte de São Francisco. O centenário de 2025 será dedicado às celebrações e à reflexão sobre o Cântico das Criaturas.

A Ordem do Frades Menores convida a todos a vivenciarem também este centenário, acolhendo reflexões e aplicando mudanças significativas no modo de viver, cuidando da Casa Comum e cientes das crises climáticas que afetam o mundo.

A criação do Cântico das Criaturas Leia MaisPoetas estão reunidos para celebrar os 800 anos do “Cântico das Criaturas”

Na primavera de 1225, poucos meses após sua experiência em La Verna, Francisco de Assis passou cinquenta dias no mosteiro de São Damião, onde Clara e as primeiras irmãs pobres residiam.

Durante sua estadia, após uma noite difícil devido às dores de suas enfermidades, Francisco recebeu a visita do Senhor, que reafirmou Seu amor e salvação. Inspirado, Francisco compôs um hino de louvor e ação de graças a Deus, que se tornou conhecido pelos frades franciscanos.

Quase cego, sozinho em uma cabana de palha, febril e atormentado por ratos, ele deixou para a humanidade este canto de amor ao Pai de toda a criação. A penúltima estrofe, exaltando perdão e paz, foi escrita em julho de 1226, no palácio episcopal de Assis, para resolver uma desavença entre o bispo e o prefeito, impedindo uma guerra civil. A última estrofe, que acolhe a morte, foi composta no início de outubro de 1226.

Celebra o centenário como uma família franciscana

Celebrar o centenário do Cântico das Criaturas como Família Franciscana nos inspira a transformar profundamente nossa relação com a criação, trocando o desejo de posse pelo cuidado responsável com nossa Casa Comum.

É preciso refletir e podemos começar respondendo com sinceramente a estas perguntas:

arrow_forward Como desejo viver minha relação com as outras criaturas?

arrow_forward Como um dominador que se arroga o direito de fazer o que quiser com elas?

arrow_forward Como um consumidor de recursos, que as vê apenas como oportunidades para obter vantagens?

arrow_forward Ou como um irmão que se detém diante da criação, admira sua beleza e cuida da vida?

Papa Francisco já nos fala sobre mudanças de hábitos e os desafios do cuidado com a Casa Comum desde sua encíclica Laudato Si’:

“Estamos diante de um desafio antropológico e ecológico que determinará o nosso futuro, pois ele está conectado ao futuro da nossa Mãe e Irmã Terra. Somos chamados a propor novamente à sociedade contemporânea «a linguagem da fraternidade e da beleza em nossa relação com o mundo»”.

Buscar entender as crises climáticas e entender como nossas ações afetam o meio ambiente, já é uma boa maneira de começar a mudança e a vivenciar de forma empenhada este centenário.

Vale também a leitura e reflexão da Laudato Sí, que além de ensinamentos do Papa Francisco, contém reflexões que o pontífice fez sobre o São Francisco e sobre o Cântico das Criaturas.

“A última estrofe do Cântico nos lembra que apenas aqueles que têm um coração livre, capaz de interromper a lógica do ódio e da vingança através do perdão, podem se tornar instrumentos de reconciliação e harmonia. Esses serão uma profecia de fraternidade, como o próprio Francisco, que viveu «em uma maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo»”.

Fonte: ofmcap.org / franciscanos.org