Padres são sequestrados e mortos na Nigéria

Leia MaisAparecida Debate promove discussão sobre a “Violência no Brasil”Violência: a anormalidade está se tornando normal?Violência no Brasil aumenta mesmo com pandemiaEm 2018, os cristãos na Nigéria encararam o medo da violência anticristã. Após a celebração de uma Missa em Mbalom, no Estado de Benue, homens armados atacaram a Igreja, ação que resultou na morte de dois sacerdotes e 16 fiéis.

A região é marcada por violências por questões de terra e controle de água. Na época, os ataques geraram 3 mil mortes, de acordo com o Human Rights Watch.

Durante este ano de 2022, os ataques à igreja católica do país resultaram no sequestro de cerca de 50 sacerdotes, entre eles, 4 assassinados. Vale ressaltar que tais números não são certeiros, porque em muitos casos a violência não chega a ser relatada.

Toda o povoado cristão sofre com os ataques, são diversas mortes, invasões e violência contra os cristãos, o que obrigou muitos a abandonarem seus lares de forma desesperada e partirem para outras regiões.

De acordo com Padre Tobias Chikezie Ihejirika, em sua entrevista publicada pelo Vatican News, tem sido assustador ser padre no país. Tobias é o primeiro sacerdote somasco de nacionalidade nigeriana, que sofreu uma tentativa recente de sequestro em sua comunidade em Ogunwenyi, no estado nigeriano de Edo

"Os sequestrados são muito maltratados - conta ele -. São forçados a caminhar na floresta sem parar, eles nunca param. Dormem ao ar livre, recebem pouca comida, alguns morrem porque doentes e sem remédios para se tratar. Alguns são até violentados. Quando a Igreja ou membros da família não pagam o resgate ou reconhecem algum dos sequestradores, eles são mortos", diz Padre Tobias em entrevista.

O Padre acredita que a perseguição a eles fica mais fácil por estarem em todas as aldeias, além de demonstrarem ter conforto econômico, atraindo a opção de poderem pagar o resgate solicitado, que no início era entre cinco e dez milhões de naire nigerianos (equivalentes a 10 mil e 20 mil euros), mas este valor aumentou.

"Tornou-se um verdadeiro negócio para eles que serve para o financiamento da compra de armas. Há também um elemento de natureza religiosa. Diz-se que estes grupos podem ter contatos com o grupo jihadista Boko haram, que vê nos padres um obstáculo para a expansão do Islã", explica Tobias à Vatican News.

A violência anticristã no mundo

Na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2022, feita pela Portas Abertas, Organização não Governamental (ONG), mais de 360 milhões de cristãos estão sujeitos a violência e perseguição. Esse dado foi o maior já coletado pela LMP em 29 anos.

A Lista, que é publicada anualmente com os 50 países onde mais se verifica este fenômeno, é dividida entre “perseguição extrema” e “perseguição severa”, com Afeganistão, Coreia do Norte e Somália, no topo do ranking. Brasil não foi elencado no documento.

Reprodução/ Portas Abertas

Os 11 países mapeados como territórios que abrigam “perseguição estrema” contra cristãos

Você pode amparar as vítimas desta realidade com sua oração

Em 2017, Papa Francisco convocou as comunidades a rezarem pelos cristãos perseguidos, bem como ajudá-los materialmente. Relembre no vídeo abaixo.

Oração

Deus de bondade,

ao longo da história da Igreja

os cristãos foram perseguidos por causa da sua fé em Jesus.

Hoje, esta perseguição ganha proporções dramáticas

e difíceis de entender

num mundo onde tanto se fala de tolerância e respeito pelas diferenças.

Ser discípulo de Cristo comporta sempre a cruz e a incompreensão,

mas há alturas em que este peso é quase insuportável.

Muitas vezes, são realidades distantes de nós, cultural e fisicamente,

as notícias chegam-nos de forma filtrada

e não temos consciência das situações terríveis

por que passam tantos irmãos e irmãs na fé.

Dá-lhes, Senhor,

a graça da fortaleza e da esperança,

e a nós,

a graça de um coração inquieto,

que não se deixe acomodar e procure fazer algo por eles, com urgência.

Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos

Anualmente, ACN e CNBB convidam os fiéis para o Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos. A oitava edição acontece no mesmo dia 6 de agosto, data que faz referência ao acontecimento em 2014, quando cerca de 100 mil cristãos tiveram que abandonar suas casas na Planície de Nínive, no Iraque, pois foram expulsos pelos extremistas do grupo Estado Islâmico.

Acesse mais informações aqui e participe deste movimento!