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Giro A12: “O papel da Igreja na questão indígena"

A roda de conversa acontece em toda última sexta-feira do mês

Escrito por Isabela Araujo

27 JUL 2022 - 14H51 (Atualizada em 05 AGO 2022 - 11H08)

Portal A12
Leia MaisA12 Conecta traz programas especiais de férias no Santuário NacionalA12 Conecta fala sobre o projeto Mãos na MassaA12 Conecta destaca Obra Social para idosas mantida pelo SantuárioNeste Giro A12, o tema “O papel da Igreja na questão indígena", visa levantar questões sobre a importância do posicionamento da Igreja, tendo em vista o descaso com os indígenas nos últimos tempos.

Permissão de atividades econômicas em terras indígenas, como mineração e agronegócio, atraso na vacinação contra a Covid-19 e desrespeito com a cultura são exemplos concretos do que o povo indígena tem enfrentado.

A morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira na região amazônica do Vale do Javari, segunda maior terra indígena do país, também foram motivadores para a escolha do tema e citados em meio as discussões.

Para debater sobre o assunto, contamos com 3 profissionais atuantes na causa:

Elisangela Cavalheiro – Jornalista do Portal A12, apresentadora e mediadora do Giro A12.

Dom Roque Paloschi - Arcebispo de Porto Velho e Presidente do Conselho Indigenista Missionário - CIMI

Marline Dassoler - Missionária do CIMI em Florianópolis - SC

Márcia Oliveira - Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia e Assessora da Rede Eclesial Pan-Amazônica - REPAM/CNBB

Reprodução/ Youtube A12
Reprodução/ Youtube A12


Entre os principais assuntos abordados está a importância da sociedade, bem como dos cristãos, se envolverem com a causa. A Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia trata de como esse povo nos ensina, como sociedade, e nas tomadas de decisão quando se trata das gerações futuras.

Esses aprendizados são muito fortes, no sentido de reorientar também a evangelização, de reorientar também a nossa espiritualidade, de reorientar a nossa posição como Igreja e como sociedade. Então, nesse sentido, eu acho que uma questão que quem está fora, não esta acompanhando, pode se somar nessa grande luta, nesse grande processo, de uma nova reposição da Igreja, com relação aos povos indígenas.”, diz Márcia.

Outro ponto importante tratado na discussão foi sobre o julgamento histórico de reintegração de posse da terra do povo indígena Xokleng, em Santa Catarina, que coloca em risco o futuro das terras indígenas no Brasil.

“Nenhum dos povos indígenas é contra o desenvolvimento, mas a pergunta que eles nos fazem é essa: que desenvolvimento é esse que destrói o biomas, envenena as terras, as águas e o ar para concentrar riqueza nas mãos de poucos e gerar miséria (...) e ‘aí’ nós alegamos que o impedimento do desenvolvimento do Brasil são as terras indígenas. É uma falácia, é uma falsidade.”, explica Dom Roque sobre a questão.

A Missionária do CIMI compartilha também uma mensagem, que vai de encontro com uma frase muito falada na organização, “a causa indígena é de todos nós, de todas nós”.

“Que a gente consiga olhar para as nossas comunidades indígenas, para os povos indígenas, tendo um olhar ecumênico, tendo um olhar inculturado e um olhar inter-religioso, porque os povos indígenas nos dão uma grande certeza, eles nos dão um grande ensinamento, que é a resistência, se manter resistentes, firmes na esperança”, finaliza Marline.


Assista a terceira edição na íntegra


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