Foram abertos os trabalhos da Assembleia Sinodal Europeia na manhã desta segunda-feira (6) em Praga, capital da República Tcheca, com 200 participantes, 156 delegados das conferências episcopais da Europa (CEE) e 44 convidados diretamente pela Presidência da CEE, como representantes das “realidades eclesiais mais representativas”, a nível europeu.
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"Deve ser evidente para todos, que o bom êxito do processo depende da participação ativa do povo de Deus e dos pastores. Um exercício adequado da sinodalidade nunca coloca estes dois sujeitos em competição, mas os coloca em constante relação, permitindo que ambos cumpram sua própria função", o cardeal Mario Grech, secretário geral do Sínodo.
A escuta que sustenta a sinodalidade
"Para muitos, ouvir corresponde a uma inútil perda de tempo, que favorece e até justifica aqueles na Igreja que querem fazer polêmicas, permitindo-lhes criar empecilhos", continuou o Cardeal.
Dom Mario ainda ressalta que ouvir é o princípio que sustenta e regula o exercício da sinodalidade e, no Documento preparatório, os bispos têm pedido para ouvir a todos, mesmo os mais distantes, talvez tomando como certa a escuta daqueles que participam da vida da Igreja.
Outro ponto abordado em sua reflexão foi o da oportunidade que temos ao lidar com o silêncio em nossa vida espiritual.
"Se alguém não pôde porque falhamos em ouvir, somos chamados a verificar no que falhamos. Mas se ele não quis, devemos entender as razões. A maneira mais verdadeira, que evita atalhos fáceis, é criar 'lugares' onde todos possam falar. Lugares de confronto, onde todos sintam que são ouvidos. A verdade na Igreja não depende do tom e do volume das declarações, mas do consenso que é capaz de criar precisamente a partir da escuta uns dos outros".
Esta segunda fase, de âmbito continental em torno dos três eixos da comunhão, participação e missão, pretende dar continuidade ao “processo sinodal de escuta, diálogo e discernimento”. Os trabalhos serão realizados até quinta-feira (9), andarão em torno de três questões, que o documento de referência já referido enuncia no seu ponto 106: que intuições ecoam nas experiências e realidades identificadas na primeira fase do processo sinodal?
Quais tensões, divergências, interrogações se destacam?
Está previsto que no último dia, os participantes se pronunciem sobre um documento de conclusões e recomendações. Nos dois dias seguintes, os bispos participantes irão fazer o seu próprio discernimento, com base no documento conclusivo.
“Não tenham medo de falar nem tenham medo de escutar e de se esforçar por acolher e entender o outro, e também não tenham medo de mudar de opinião com base no que ouvem. E, através dos outros, acima de tudo, ouçam o Espírito”, disse o Cardeal Mario Grech.
.:: Sinodalidade: comunhão que gera missão
Fonte: Vatican News
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