Celebrado neste 9 de junho, além de ser conhecido como “apóstolo do Brasil” por ter ajudado na fundação das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, e ter sido pacificador entre índios e portugueses nas décadas após o Descobrimento, São José de Anchieta, a partir do seu amor ardoroso à Maria Santíssima, escreveu o famoso Poema à Virgem, escrito quando era refém dos índios em Ubatuba. O Santo é considerado como primeiro mariólogo em nosso país.
Leia MaisEntenda a importância do Congresso Mariológico para os leigosMagnificat: Livro ‘Glórias de Maria, uma odisseia Mariológica’São José de Anchieta nasceu em Tenerife (Espanha), em 1534. Após entrar na Companhia de Jesus em Coimbra, embarcou aos 19 anos para o Brasil. Desde criança, sua mãe lançou as raízes da devoção mariana, regadas e aprofundadas por seus mestres da Ordem dos Pregadores. Quando completou catorze anos de idade, seus pais mandaram-no estudar na Universidade de Coimbra, Portugal.
Quando já em Portugal, na Universidade de Coimbra, José de Anchieta compartilhava as aulas e a vida acadêmica com uma juventude irreverente e distante dos valores cristãos. Percebendo o risco em que se encontrava, o futuro evangelizador do Brasil, dirigiu-se à Catedral da cidade e, diante do altar da Virgem Maria, fez seu voto de castidade.
Naturalmente, o contato entre jesuítas e Anchieta despertou grande interesse de ambos os lados. Também aí, a devoção mariana foi revigorada e começou a se consolidar. Anchieta conheceu as festas e os títulos marianos queridos pelos jesuítas, retirados dos Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola e da devoção do fundador e de seus primeiros companheiros.
Obras sobre Maria
Anchieta escreveu a Nossa Senhora diversas peças teatrais como “Na aldeia de Guaraparim”, relacionada à atual cidade de Guarapari, fundada em 1580. É uma peça teatral na qual aparece a salvação da aldeia pela intercessão de Nossa Senhora.
Outra grande publicação do Santo sobre Maria, o “Poema da Bem-aventurada Virgem Maria Mãe de Deus”, de 1563, durante o tempo em que ele esteve prisioneiro dos índios tamoios, no litoral norte de São Paulo. A obra é considerada um dos primeiros textos literários do Brasil, um dos clássicos da nossa literatura e também da Mariologia. A edição, lançada em 2020 pela Editora Santuário, conta com introdução e notas do jesuíta Pe. Bruno Franguelli, que entregou um exemplar do livro para o Papa Francisco em maio de 2021.
O trabalho realizado pelo Santo inspira hoje a Academia Marial de Aparecida. A instituição, fundada em 1985 e sediada no Santuário Nacional, tem São José de Anchieta como seu patrono e se baseia no legado do jesuíta para cultivar o desenvolvimento teórico e prático da devoção à Padroeira do Brasil.
"E sempre diante dele a consagração da sua vida a Nossa Senhora, inclusive abraçando o celibato, a castidade perpétua para dizer 'Eu amo Nossa Senhora e sou fiel a ela', e através da intercessão e do modelo de Nossa Senhora que ele realizou toda a sua missão. Pois, foi realmente admirável, ele foi certamente um Jesuíta super inteligente para entender toda uma situação de Antropologia, uma situação de história, em que se ele quisesse por qualquer coisa não teria tido sucesso que teve na evangelização dos indígenas e na Fundação da cidade de São Paulo. Realmente, ele é o primeiro mariólogo e principalmente pelo exemplo de vida que ele nos dá de amor, de devoção e de capacidade de imitar Nossa Senhora por nesse amor profundo pelos nossos indígenas.", detalha o diretor da Academia Marial de Aparecida, padre José Ulysses da Silva, C.Ss.R.
O missionário redentorista também falou qual o principal ensinamento de José de Anchieta para nós.
"Ele nos ensina sobre ser um discípulo missionário de Jesus e de Nossa Senhora! Ele foi um exemplo profundo de coerência de vida, se dedicando não somente a evangelização dos índios de acordo com sua linguagem e cultura, mas também renovando a fé dos portugueses que tinham migrado pra cá e também aqueles que mais tarde se tornaram escravos, ou seja, um homem de entrega total da vida pela missão, por amor a Jesus Cristo e pela fé profunda que ele possuía pela proposta do Evangelho que Jesus nos deixou.", disse.
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