Na última semana da primeira sessão da 16ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, realizado na Sala Paulo VI, no Vaticano, foi divulgada nesta quarta-feira (25) a Carta ao Povo de Deus, cuja leitura tinha sido recebida com aplausos pela assembleia na última segunda-feira (23).
"A convite do cardeal secretário geral Mario Grech, foram propostas e aceitas pequenas sugestões de mudanças e acréscimos ao texto, particularmente no que diz respeito às traduções para os diversos idiomas", disse Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação e presidente da Comissão para a Informação.
Leia MaisComeça a última semana do Sínodo em Roma Sínodo reafirma o sentido da humanidade em tempos de guerraNeste documento, os participantes do Sínodo relatam que com eles estavam as expectativas, questionamentos e receios dos fiéis das comunidades de todo o mundo que falaram suas experiências a partir do pedido do Papa Francisco, assim caminhando juntos para sermos discípulos missionários no seguimento de Jesus Cristo. Os trabalhos do Sínodo contam com a presença de mais de 360 representantes de diversos lugares do mundo, entre eles, 12 brasileiros.
"Juntos, na complementaridade das nossas vocações, carismas e ministérios, escutamos intensamente a Palavra de Deus e a experiência dos outros. Utilizando o método de conversação espiritual, partilhamos humildemente as riquezas e as pobrezas das nossas comunidades em todos os continentes, procurando discernir aquilo que o Espírito Santo quer dizer à Igreja hoje".
Assembleia em oração pedindo por paz
A 16ª edição do Sínodo acontece em um grave período de guerras e conflitos armados entre povos, um contexto doloroso, onde são abertas feridas em nossa sociedade. "Rezamos pelas vítimas da violência assassina, sem esquecer todos aqueles que a miséria e a corrupção atiraram para os perigosos caminhos da migração. Comprometemo-nos a ser solidários e empenhados ao lado das mulheres e dos homens que operam em todo lugar do mundo como artesãos da justiça e da paz".
Apelo imediato pela conversão pastoral e missionária
O documento também fala que a vocação da Igreja é anunciar o Evangelho colocando-se a serviço do amor infinito com que Deus ama o mundo. "É a confiança que nos dá a audácia e liberdade interior que experimentamos, não hesitando em exprimir livre e humildemente nossas convergências e as nossas diferenças, os nossos desejos e as nossas interrogações, livre e humildemente".
Próximos passos
Os integrantes do encontro em Roma enfatizam que para a segunda sessão do Sínodo, em outubro de 2024, que nós como Igreja participemos de forma dinâmica e missionária em nossas comunidades.
"Não se trata de uma questão de ideologia, mas de uma experiência enraizada na Tradição Apostólica. Os desafios são muitos, as questões numerosas: o relatório de síntese da primeira sessão esclarecerá os pontos de acordo alcançados, destacará as questões em aberto e indicará a forma de prosseguir os trabalhos", relatou um trecho da carta.
Junto ao Papa, religiosos e leigos reiteram que é essencial escutar aqueles que não têm direito à palavra na sociedade ou que se sentem excluídos, mesmo da Igreja.
"Para progredir no seu discernimento, a Igreja precisa escutar todos, a começar pelos mais pobres. A Igreja precisa escutar os leigos, mulheres e homens, todos chamados à santidade em virtude da sua vocação batismal".
Ao fim do documento, foi citada a fala do Papa Francisco em 2015, dizendo que "é precisamente o caminho da sinodalidade que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”, a partir da escuta ativa de famílias, leigos, aprender com a sabedoria de ministros ordenados e principalmente a amar e a servir a Deus mesmo com as contradições do mundo em que vivemos.
"Não tenhamos medo de responder a este apelo. A Virgem Maria, a primeira no caminho, nos acompanha em nossa peregrinação. Nas alegrias e nas fadigas, ela mostra o seu Filho que nos convida à confiança. É Ele, Jesus, a nossa única esperança!".
Neste link você confere na íntegra a Carta ao Povo de Deus.
Irmão Alan e Camila Morais informam sobre o Sínodo direto de Roma
Fonte: Vatican News
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