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Virgínia Germann, o tocar dos dedos que traduzia a fé

Com deficiência visual, Virgínia foi leitora no Santuário Nacional por mais de 20 anos

Escrito por Beatriz Nery

30 DEZ 2024 - 16H36 (Atualizada em 02 JAN 2025 - 14H22)

Arquivo/CDM

Em setembro de 2024, em um plantão no Santuário Nacional para cobertura da missa de renovação e investidura do Ministério do Leitorado, entrevistei a Luísa Vieira, colaboradora do Santuário de Aparecida, que esperava o início da missa ao redor do Altar Central.

Mariana Joffre/A12
Mariana Joffre/A12
Luísa Vieira, sobrinha do coração de Virgínia Germann, em sua investidura como Ministra da Leitura


Neste dia, ela retornava ao Ministério. Muito emocionada, me contou que sua inspiração vinha de suas tias que foram leitoras na Casa da Mãe, uma delas, inclusive, tinha deficiência visual: Virgínia Germann.

O que me tocou, naquele dia, foi esse relato, que me faz contar essa história:

"Quando nós recebíamos o Deus Conosco, eu ditava para que ela transcrevesse em Braile e ela vinha fazer a leitura transcrita em Braile. Eu voltei por ela".

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 500 mil cegas.

Sua principal forma de comunicação é o Sistema Braile, nascido e desenvolvido por Louis Braille na França em 1825, celebrado no dia 4 de janeiro mundialmente a pedido da ONU.

As famosas "bolinhas no papel" são uma representação sentida pelos dedos, ou seja, tátil, de símbolos alfabéticos e numéricos que possibilitam a escrita e leitura dos que não enxergam.

E assim, Virgínia Germann traduzia sua fé, proclamando a leitura pelo toque de seus dedos.

Assista sua história nessa reportagem do A12:

INSIRA O VÍDEO AQUI

Uma das principais personagens dessa história de fé que você acabou de assistir é a Dona Neuza, tia da Luísa. Ela que morava e cuidava da Virgínia.

Hoje, morando em Itamarandiba (MG), por meio de ajuda da sobrinha, nos contou mais detalhes sobre sua grande amiga:

"A Virgínia nasceu dia 3 de agosto de 1940 em um hospital da Vila Mariana, em São Paulo. Eu era leitora e ministra do Santuário desde 1984, e teve um dia que o Padre Queiroz me chamou 'Neuza, acabando a missa espera um pouco que eu quero falar com vocês duas' e nos disse que a Virgínia ia à missa todos os dias e que ela podia servir e que ninguém via isso, e que ele via que ela podia servir como leitora. Não lembro a data, mas a Virgínia um dia me disse que naquele dia estava completando 20 anos de leitora no Santuário".

Leia MaisPortal A12 e Audima promovem acessibilidade digital inclusivaPadre Helder José da Silva, C.Ss.R. faz parte da Pastoral do Santuário Nacional e é um dos responsáveis pelo leitorado atualmente.

O missionário redentorista lembra-se muito bem de Virgínia Germann proclamando a leitura na Casa da Mãe, e afirma que até hoje sua presença é um exemplo vibrante de fé, determinação e serviço ao Reino de Deus, transcendendo qualquer barreira física.

"Aqui no Santuário, acreditamos que o chamado de Deus encontra espaço em corações dispostos e em vozes que ecoam com firmeza as Escrituras. A trajetória de Virgínia reforça a importância de um acolhimento caloroso e do apoio necessário para que cada pessoa viva plenamente sua missão".

Quero ser leitor no Santuário Nacional!

Entre em contato com a Pastoral pelo telefone (12) 3104-1684 ou pelo e-mail atendimento.pastoral@santuarionacional.com em que trarão detalhes sobre a seleção e audição que ocorrem de tempos em tempos.

:: Compartilhe essa linda história de fé!

Fonte: gov.br

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