Opinião

A evolução da comunicação

Da Idade da Pedra ao uso do computador, um salto gigantesco na história da humanidade!

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

15 MAI 2024 - 08H25 (Atualizada em 15 MAI 2024 - 14H57)

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Você já parou pra pensar o que seria de nós e da humanidade como um todo sem a comunicação? O que seria da Família dos Devotos sem a Rede de Comunicação que nós gerimos, começando pelos meios escritos, passando pelo rádio, pela TV até chegar às plataformas digitais?

A Igreja Católica sempre acreditou que os meios de comunicação são essencialmente necessários para que se possa cumprir o mandato de Jesus de “evangelizar por sobre os telhados”. É por isso que em 1931, se criou a Rádio Vaticano, durante o pontificado do Papa Pio XI. É também por isso que, em 1900, os Missionários Redentoristas criaram o Jornal Santuário. Com ele veio a Editora santuário (1900) e no seu rastro veio a Rádio Aparecida (1951) e todas as plataformas de comunicação hoje ligadas ao Santuário Nacional.

Depois do alfabeto, tudo ficou mais rápido

No começo tudo é mais difícil. Se voltarmos ao passado, mais ou menos há uns 4 mil anos antes de Cristo, enquanto o ser humano não sabia falar, do jeito como fazemos hoje, ele se comunicava rabiscando desenhos em cavernas usando pigmentos de argila, hematita ou carvão vegetal. A motivação destas primeiras pinturas não era muito clara, mas certamente elas transmitiam conhecimento e informações.

Mais tarde, por volta de 3,2 mil anos antes de Cristo, os sumérios, civilização que vivia no sul da Mesopotâmia, onde está hoje o Iraque moderno, criaram o alfabeto formado por figuras que representavam objetos do cotidiano. Com a sistematização desse tipo de desenhos outra civilização, a dos fenícios, também desenvolveu um modelo de escrita bem próximo do nosso. Com isso, acabou o período conhecido como Pré-História, a comunicação começou a evoluir muito mais rápido e os progressos não pararam mais de acontecer.

No continente americano, os povos originários da América do Norte usavam sinais de fumaça para se comunicar à distância. Eles usavam sinais seguindo um princípio que depois seria adotado nos telégrafos. Em vez de um cobertor que abafava o fogo e soltava a fumaça em intervalos regulares, agora eram códigos sonoros e intervalos. Aí já não havia mais distância e as linhas telegráficas e os cabos submarinos rodeariam brevemente o nosso mundo.

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“Pombo-correio voa ligeiro…”

Você certamente conhece a música cantada por Morais Moreira que começa exatamente deste jeito invocando estas criaturas aladas, não?

Esta era uma das formas de se enviar dados mais resistentes ao tempo, com o transporte de mensagens pelos pombos-correios. Os registros mais antigos do uso dessas simpáticas criaturinhas datam do Egito do faraó Ramsés II, passando depois por Roma, pela Inglaterra e até mesmo pela polícia indiana que até 2002 ainda usava estas aves que hoje se prestam para concursos e torneios.

Um dos antepassados dos correios atuais que usam caminhões e até mesmo aviões para a rápida entrega de encomendas nasceu com o rei Ciro II, da Pérsia. Ele desenvolveu um sistema de postos de parada ao longo das estradas para que os homens que levavam cartas a cavalo pudessem descansar, trocando as montarias. Essa estrutura permitia que uma correspondência viajasse milhares de quilômetros com segurança como a gente se acostumou a ver nos filmes de Bang-Bang (Western), o famoso Pônei Express ou as diligências, que constantemente eram assaltadas pelos bandidos ou atacadas pelos indígenas.

Livros e jornais produzidos em série

Para que a mídia como hoje conhecemos pudesse surgir, facilitando o acesso das pessoas à informação, foi necessário que o alemão Johannes Gutenberg melhorasse a impressão, que há 14 séculos já existia na China, na forma de papiros ou pergaminhos. Foi Gutenberg que criou uma forma com letras independentes. E o primeiro livro a ser impresso neste formato foi justamente a bíblia.

Em 1837, o norte-americano Samuel Morse criou o telégrafo a partir do Código Morse que ele tinha já inventado dois anos antes, coisa que seria fundamental para a navegação e também para a aviação. O escocês Alexander Graham Bell patenteou nos Estados Unidos o aparelho de telefone que lentamente se popularizou. Quem tem mais de 50 anos deve se lembrar muito bem das cabines telefônicas que depois foram substituídas pelos orelhões que reinavam soberanos até o advento da telefonia celular. As cabines eram necessárias porque as ligações telefônicas eram horríveis e para se conseguir uma ligação à distância às vezes gastavam-se muitas horas e até mesmo dias.

Ondas sonoras usam o espaço como via de comunicação

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Um passo gigantesco foi dado pela humanidade com o aparecimento do rádio, cuja criação é atribuída ao italiano Guglielmo Marconi que registrou a sua patente. Sabemos, porém, que foi um brasileiro, o Padre Landell de Moura o seu verdadeiro inventor. Num futuro, o croata Nikola Tesla também ganharia crédito devido ao fato de que a invenção de Marconi precisou usar 19 patentes suas para poder funcionar a contento. 

As primeiras emissões de voz só começariam em 1918, e um ano depois, começou a funcionar em Recife (PE) a primeira rádio do Brasil. As primeiras rádios do Brasil foram criadas al longo da década de 1920/1930, algumas delas funcionando até bem pouco tempo. A Nossa querida Rádio Aparecida, sonhada desde 1937, nasceria em 1951.

Imagens tomam conta da sala e a internet derruba todas as barreiras

Diversas pesquisas estavam sendo realizadas, mas foi o cientista russo Vladimir Zworykin que apresentou o kinoscópio, aparelho precursor da televisão. Vários desenvolvimentos posteriores deste aparelho original levariam à industrialização e disseminação da TV, acelerada a partir de 1945

O primeiro canal da TV inaugurado no Brasil, a saudosa TV Tupi, em sua inauguração só pode ser captada por duas centenas de aparelhos espalhados pela cidade de São Paulo. Mas o aparelho de TV em preto e branco, com um enorme tubo tomou o principal lugar nas salas das casas das famílias e para ligá-lo fazia-se necessário todo um cerimonial.

Poucos canais estavam à disposição dos espectadores da TV que agora, no século XXI oferece mais de 500 canais em várias sistemáticas de transmissão.

O ser humano conquista o espaço e usa dele para a comunicação

Lançado pelos Estados Unidos, o primeiro satélite artificial refletia sinais enviados a partir da terra. Batizado de Echo 1, o aparelho, na verdade, era um grande balão feito de náilon, com cerca de 30 metros de diâmetro, visível a olho nu em vários pontos do globo. O uso de satélites fez com que a comunicação explodisse por todos os cantos do planeta, e também com aparelhos construídos pelos seres humanos que já romperam as fronteiras de nossa galáxia. Na década de 1980, começaram as primeiras experiências de telefonia celular que derrubaram o custo e as limitações físicas da comunicação telefônica como um todo.

O mais recente levantamento revela que no Brasil existem hoje 1,2 smartphones por habitante, totalizando cerca de 249 milhões de celulares inteligentes em uso no Brasil. Adicionando os notebooks e os tablets, são 364 milhões de dispositivos portáteis, ou 1,7 aparelho por habitante. No mundo, em 2023, existiam quase 15 bilhões de aparelhos ou de linhas, quase 2 por habitante.

E a internet?

Ela surgiu buscando responder a necessidades militares do governo dos Estados Unidos no período da Guerra fria. Depois disso, o governo americano liberou a circulação da World Wide Web (WWW), uma versão civil do sistema de troca de informações entre as redes de computadores militares.

Em 1995, a internet tinha 16 milhões de usuários. Atualmente, 89,1% da população brasileira tem acesso à internet e o uso das Redes Sociais virou uma verdadeira febre entre nós, porque o Brasil é o terceiro país do mundo que mais as consome. Por outro lado, mais de 60% da humanidade está conectada à internet e o número de usuários já se aproxima de 5 bilhões de pessoas.

No final deste rápido giro pela história da comunicação humana, o mesmo questionamento que se fazia bem antes, continua sendo válido para os dias de hoje. A comunicação em si é fria, o mais importante nos questionarmos como nos portamos diante dela e, sobretudo, como reagimos ao conteúdo e informações que a cada segundo estamos recebendo.

.::Como a Bíblia nos ensina a comunicar?

Escrito por
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

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Por Redação A12, em Opinião

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