Leia MaisÉ possível criar um itinerário pessoal de oração? Como seria?A família nos planos de DeusO Estado laico no BrasilA Igreja Católica desempenhou um papel fundamental, protagonista na gestação do Brasil e da cultura brasileira. Poucos seriam capazes de contradizer esta afirmação. Os valores do Evangelho estão profundamente enraizados no povo brasileiro e, por mais que a porcentagem dos que se declaram católicos tenha diminuído nas últimas décadas, são muitos os elementos da cultura, da língua, da arquitetura, da música, nos quais se encontram refletidos esses valores.
Ainda hoje, o Brasil é o país com mais católicos no mundo. Segundo o Anuário Pontifício de 2018, são mais de 170 milhões de católicos no Brasil, o que representa mais do 60% da população. Essa porcentagem, a meados do século passado, era muito mais alta, quase 95% da população. O número de cristãos evangélicos, das mais diversas denominações, vem aumentando nas últimas décadas e está previsto que para o ano de 2040 se equipare ao número de católicos no Brasil.
O que tem a ver tudo isso com a Nova Evangelização?
Bem, se os valores do Evangelho estão enraizados na cultura brasileira, e se ainda hoje é grande o número dos que se declaram católicos, isso se deve a que o nascimento do Brasil esteve acompanhado de um forte impulso evangelizador, levado adiante principalmente por sacerdotes, religiosos e religiosas missionários. Todo este movimento missionário e evangelizador encontrou um forte impulso no Concílio de Trento e na chamada Reforma Católica.
No século passado, de maneira profética, começou-se a falar da necessidade de um renovado impulso evangelizador, de uma Nova Evangelização. A referência à uma primeira Evangelização é clara. Porém, descobre-se a necessidade de métodos novos e, sobretudo, de um ardor novo.
Uma breve história do conceito
Os primeiros passos foram dados pelo Papa Pio XII, na sua carta Ad Ecclesiam Christi, aos Bispos da América Latina, reunidos na I Conferência do Episcopado Latinoamericano (CELAM) no Rio de Janeiro, aos quais pedia “novas formas e novos métodos de apostolado” (n. 3). É na segunda CELAM, realizada na cidade de Medellín (Ver Mensagem, n. 6), onde se utiliza pela primeira vez a expressão Nova Evangelização.
A Conferência de Medellín foi uma tentativa de aplicação na América Latina do Concílio Vaticano II. Este Concílio, realizado entre os anos 1962 e 1965 pode ser entendido como um grande impulso de renovada evangelização para o mundo inteiro, já que a sua principal tarefa foi “conservar e explicar melhor o depósito precioso da doutrina cristã, com o fim de torná-lo mais acessível aos fiéis de Cristo e a todos os homens de boa vontade” (João Paulo II, Fidei depositum, 1).
Na sua exortação apostólica “Evangelii nuntiandi” o Papa São Paulo VI apontava para “a necessidade de um impulso novo, capaz de criar tempos novos de evangelização” (n. 2) e convidava a “revisar métodos, buscar por todos os meios o modo de levar ao homem moderno a mensagem cristã” (n. 3).
O Papa São João Paulo II lançou, no ano de 1983 uma grande convocação para impulsar a Nova Evangelização, “nova em seu ardor, nos seus métodos, na sua expressão” (Discurso aos Bispos do Celam, Porto Príncipe, 9/3/1983, III). Esta convocação foi estendida pelo Papa Wojtyla à Europa e depois a toda a Igreja (Ver a sua Exortação apostólica Christifideles laici, n. 34).
Atualidade da Nova Evangelização
Mais recentemente, ao se cumprirem os 50 anos da Evangelii nuntiandi, do Papa Paulo VI, o Papa Francisco publicou a Exortação apostólica “Evangelii gaudium”, sobre “o anúncio do Evangelho no mundo atual”, na qual o horizonte da Nova Evangelização é novamente posto em primeiro plano: “interpela a todos” (n. 14) e se realiza em três âmbitos: (a) a pastoral ordinária, (b) as pessoas batizadas, que não vivem as exigências do Batismo e (c) os que não conhecem a Jesus Cristo ou que sempre o recusaram.
O espaço ficou curto, e a Evangelii Gaudium está cheia de referências, diretas e indiretas ao programa da Nova Evangelização. Esperamos poder, em próximos artigos, continuar falando deste tema apaixonante. Terminamos com uma citação da Exortação que reflete o ardor missionário que busca reacender em todos os católicos:
"A atividade missionária «ainda hoje representa o máximo desafio para a Igreja» e «a causa missionária deve ser (…) a primeira de todas as causas». Que sucederia se tomássemos realmente a sério estas palavras? Simplesmente reconheceríamos que a ação missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja. Nesta linha, os Bispos latino-americanos afirmaram que «não podemos ficar tranquilos, em espera passiva, em nossos templos», sendo necessário passar «de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária». Esta tarefa continua a ser a fonte das maiores alegrias para a Igreja: «Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão." (Lc 15, 7).
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