Opinião

Burnout: o cansaço físico, mental e espiritual

Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.

Escrito por Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

04 SET 2024 - 09H28 (Atualizada em 04 SET 2024 - 12H49)

Shutterstock/PeopleImages.com - Yuri A

A sociedade pós-moderna é marcada não só por avanços tecnológicos, mas é também marcada por doenças decorrentes do alto grau de velocidade com que as evoluções vem tomando ao longo do século XXI. Ansiedade, é uma das doenças que mais tem afetado a sociedade global nos últimos anos. Tratada como a “doença do século”, é apenas um sintoma de algo muito maior, a síndrome de Burnout.

A síndrome de Burnout é um esgotamento ao extremo, ou seja, a pessoa chega num nível de estresse, cansaço, ansiedade, tão grandes que começam a surgir outras doenças, como a depressão.

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O esgotamento físico, mental são causados, deveras, por exigências de altas demandas a serem cumpridas, um ambiente de trabalho insalubre, tóxico e caótico, a alta fluidez com que a sociedade vem mudando e as exigências sociais surgem, aumentam, também o desgaste.

Devemos perceber outro ponto importante que é o “esgotamento espiritual”. Dentro de um contexto social “multiplural”, ou seja, há diversas pluralidades ocorrendo ao mesmo tempo, uma sociedade cada vez mais secularizada e um “mercado da fé” cada vez maior, fazem com que o trânsito entre religiões seja cada vez mais visível.

Neste ponto é preciso deixar claro que o trânsito entre religiões é pautado pelo fato de que, a busca por prazer, satisfação e bem-estar levam as pessoas numa busca por lugares onde se sintam bem, sem assumir nenhuma responsabilidade religiosa.

O fato de haver um aumento deste trânsito espiritual leva-nos a compreender a falta de responsabilidade religiosa de uma sociedade, mas também faz-nos perceber um fator que desencadeia um esgotamento religioso/espiritual: a falta de um ponto de segurança, de uma fé rígida (no sentido de segura) e que ajude a enfrentar o oceano das inconstâncias sociais, faz com que se perca o real sentido da religião e da espiritualidade.

Estes fatores ligam-se entre si e levam a pessoa ao esgotamento. Um esgotamento visível e doentio, por consumir todas as energias da pessoa. Podemos dizer que a chama da vida que pulsa e fulgura no coração de cada ser vivente, ao desencadear o burnout, começa a apagar-se, e quando já não há mais nem uma centelha de luz, chega-se a medidas drásticas, como o suicídio.

Devemos estar atentos aos nossos sentimentos e ao nosso dia-a-dia, preservando o que temos de mais sagrado, a vida.

Escrito por:
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

Missionário Redentorista, Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e estudante de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP.

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Por Redação A12, em Opinião

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