Há um filme recente que retrata a complexidade de relacionamentos demarcados por logros e conquistas: Whiplash, de 2014, dirigido e escrito por Damien Chazelle.
É evidente que não faremos aqui uma crítica cinematográfica. Comecei mencionando o filme porque permite que a exposição abaixo fique mais gráfica, digamos (sobretudo para os que já o assistiram).
O filme coloca no centro da trama o relacionamento entre um mestre muito exigente e um pupilo talentoso com sede de grandeza. Entre idas e vindas (prefiro não dar spoiler) o aprendiz é levado a perceber quão extrema era a exigência do mestre. Posteriormente chega a conhecer as razões do instrutor para tal nível de exigência. O filme conclui numa apresentação musical que acontece quase que como um confronto entre duas pessoas absolutamente sedentas de sucesso.
Outro elemento do filme é o relacionamento que o estudante desenvolve com uma moça. Nesse relacionamento fica evidenciado como a vontade de ser o melhor (e querer dedicar todas as energias a isso), prejudica o relacionamento deles dois.
Leia MaisTenho dificuldade de me entregar a uma relação amorosa Até aí o filme.
Pensemos em como um elemento positivo e interessante, como é buscar ser bem sucedido, pode distorcer desde a sua raiz os relacionamentos. Nesse sentido, quando no relacionamento se esquece que há alguém para além do “eu” (meus desejos, meus gostos, minhas aspirações), temos um sinal de que é preciso intervir. Evidentemente haverá ocasiões nas quais sejamos ou esse “eu” egocêntrico, ou o “tu” esquecido.
Levemos nossa reflexão ao âmbito específico do relacionamento de casal de namorados (e por extensão de noivos e de matrimônios*). Fiz questão de abrir o tema a partir de uma perspectiva geral e citando um filme que coloca outro tipo de relacionamento, para frisar a percepção de que o namoro é, antes de mais nada, um relacionamento.
Alguém me dirá: mas isso é totalmente evidente. Ao que eu respondo: nem sempre. Às vezes o namoro acaba fixando-se mais em expectativas e projeções, do que na percepção de gerar um vínculo com outra pessoa. Uma pessoa com uma história, com sonhos, com qualidades, com defeitos.
Dito isso, deixo algumas ideias que algumas amigas me ajudaram a pensar a respeito de como saber a hora de dar fim a um relacionamento.
O que uma relação de casal precisa: amor, admiração mútua, confiança, amizade; ter um horizonte ou ideal comum; complementariedade e não apenas ter o outro como uma extensão do “eu”.
O que deteriora uma relação de casal: brigas constantes, críticas excessivas (quando vêm a toda e qualquer hora, podem chegar a evidenciar um desinteresse pelo outro[a], ou uma incapacidade de reconhecer os próprios erros ou defeitos); quando a relação é tóxica, seja por atitudes abusivas, manipuladoras, excessivamente ciumentas, assim como excessivamente "desapegadas" no sentido de não dar segurança ao outro(a) de ser amado(a) fielmente.
Eis algumas reflexões a respeito de como saber a hora de dar fim a um relacionamento.
* Observe-se que na Igreja Católica não é possível o divórcio, pois se reconhece que o matrimônio é um bem tão grande que implica na indissolubilidade. Porém, o Catecismo indica no nº 1649 que, “há situações em que a coabitação matrimonial se torna praticamente impossível pelas mais diversas razões. Em tais casos, a Igreja admite a separação física dos esposos e o fim da coabitação. Mas os esposos não deixam de ser marido e mulher perante Deus: não são livres de contrair nova união”.
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