Opinião

Na República o povo pode escolher representantes da promoção da paz

Escrito por Redação A12

15 NOV 2020 - 08H00 (Atualizada em 26 OUT 2021 - 08H50)

Em 15 de novembro de 1889, o Brasil se tornou uma República Federativa Presidencialista, o que significa que, desde essa data, os brasileiros vivem em um país autônomo.

A Proclamação da República Brasileira foi um levante político-militar que instaurou a forma republicana federativa presidencialista de governo no Brasil, derrubando a monarquia constitucional parlamentarista do Império do Brasil e, por conseguinte, pondo fim à soberania do imperador dom Pedro II.

Leia MaisVoto impresso, sim ou não?A partir do momento em que o Marechal Deodoro da Fonseca passou pela Praça da Aclamação, no Rio de Janeiro, com espada em punho, e declarou que, a partir daquela data, o país seria uma república, dava-se início a um novo tipo de governo político a história do Brasil.

Na república, a organização de um governo republicano deveria dar mais autonomia aos estados e maior direito de participação política aos cidadãos do país. Apesar de esses serem os dois pilares do regime, foram muitas ainda as lutas e transformações que viriam a garantir realmente essas duas mudanças em a realidade política. Ou seja, o 15 de novembro foi apenas um primeiro passo de uma longa estrada a se construir.

É com a proclamação da república que o povo começa a ter voz e poder para escolher seus governantes. Para isso, a data de hoje (15) sugere uma reflexão sobre eleições, já que, em breve, os brasileiros irão às urnas novamente, para escolher Presidente, Governador, Deputados Federais e Estaduais e Senadores.

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Campanha Eleitoral

Deus criou o homem para viver em sociedade e depositou em todo coração bem formado o desejo do bem comum e da paz. Em vista disso, o indivíduo é alguém responsável por tudo o que se refere à terra onde nasceu, que responde por si e pelo conjunto, pelo sucesso e pela solução das dificuldades, embora cada um em graus diferentes. No entanto, o egoísmo e a ganância, verdadeiros ídolos do nosso tempo, vão-se manifestando numa verdadeira extensão do mal: a corrupção, verdadeira praga a corroer a vida humana.

Não há economia, nem política, nem outra realidade humana que consiga sobreviver quando a corrupção se instala. A história é cheia de nações e impérios que foram corroídos por dentro por esta realidade: egoísmo, ganância e corrupção, associados a outros males que andam sempre juntos. Quando estes elementos se instalam, são sempre dolorosas as ocorrências, e trágicas as consequências para a vida. A corrupção apresenta a progressiva desintegração do ser, dos costumes, e isto leva à destruição do indivíduo e afeta a vida comunitária, o bem comum.

Leia MaisUma reflexão sobre corrupçãoMuitas vezes, o campo da política, pelo desenfreado desejo de poder, que não tem como finalidade o bem comum, mas apenas as satisfações pessoais marcadas pela ganância e egoísmo, é o espaço onde o conjunto destes verdadeiros ídolos se apresentam de forma contundente. E ainda que o tempo da campanha eleitoral ainda não tenha chegado, conforme a lei determina, a corrida eleitoral já começou com a maratona para convencer o eleitor.

Diante das notícias que apresentam os resultados pífios da ação dos políticos e o pouco interesse com a coisa pública e o bem comum, o desencanto dos eleitores pode ser uma realidade presente nas comunidades. Por isso, a proximidade de nova eleição, ainda que só aconteça daqui a um ano, proporciona a oportunidade para um exame do relacionamento entre o agir de cada indivíduo, quer já esteja na politica ou seja candidato novo a cargo eleitoral, e o bem-estar da sociedade.

A sociedade deve escolher dignos representantes para que se tenha um governo honesto, fundamentado em leis bem elaboradas e segundo os ditames éticos. O voto do eleitor é o seu poderoso instrumento de mudança. A seleção do candidato com os olhos voltados para a dignificação das funções públicas é decorrência da nossa formação cristã e cívica.

Assim, podemos começar a delinear alguns dos critérios para a escolha dos futuros candidatos. Sabemos que a paz é um grande clamor e uma reivindicação de todos. No atual momento da história da humanidade, diante da crescente onda de violência e exclusão social, a proposta de uma cultura da paz tem adquirido grande importância. A paz é sempre fruto e presença de justiça, solidariedade, partilha, desenvolvimento e progresso dos povos.

Ao escolher os candidatos, é preciso saber o que eles pensam sobre cada uma destas condições para a existência de uma verdadeira cultura da paz. É preciso saber como eles realmente têm-se portado na vida pública e na comunidade em que vivem. É preciso saber se o discurso não é apenas um conjunto de palavras usadas somente para atrair o eleitor.

O primeiro passo para a construção da paz é a defesa da vida e da dignidade da pessoa humana em todas as suas manifestações, desde a concepção até o fim natural, com a morte, passando pela defesa da infância e da adolescência, do combate ao uso de drogas, à prostituição, à pornografia e à exploração do trabalho infantil.

Fiquemos atentos. Formemos nossos grupos para conversar sobre o assunto em nossas comunidades. Comecemos a ouvir as pessoas.

Conêgo Manuel Manangão
Vigário Episcopal para a Caridade Social
Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ)
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