A realidade indígena no Brasil é o assunto de entrevista com Camila Morais, repórter da TV Aparecida, que falou sobre a reportagem em aldeias brasileiras. Às vezes podemos ver essa realidade como algo distante, mas não é. São povos irmãos, que estão sofrendo e sendo dizimados pela ganância humana.
A jornalista Elisangela Cavalheiro convidou a repórter para contar como foi essa experiência de visitar uma aldeia indígena.
Camila disse que, embora essa não tenha sido sua primeira visita a uma comunidade indígena, foi um desafio muito grande, principalmente em relação à locomoção. Ela relata que viajou mais de cinco horas de barco para chegar a uma das aldeias.
Com isso, ela conta que foi uma grande experiência de desapego e despojamento, para que, a partir da enculturação, a compreensão daquela realidade se tornasse mais verdadeira, de forma que essa verdade fosse transmitida ao público.
Ela ainda diz que o que motivou a escolha da equipe em apresentar a realidade dos povos indígenas foi, principalmente, o problema da demarcação das terras. A jornalista considera que esta é uma necessidade urgente, porque das terras depende a sobrevivência desses povos, que não estão inseridos no mecanismo das sociedades capitalistas. Para eles, também é muito forte a questão da ancestralidade das terras, ou seja, se um determinado povo surgiu em uma região específica, é ali que esse povo deverá ficar. Desta forma, a ideia de realocar esses povos em outras áreas não é viável pois, embora sejam indígenas, cada povo tem sua própria cultura, sua própria língua e costumes.
Além disso, a TV Aparecida, através da série Desafios da Igreja, procura abordar diversos temas em que a Igreja tem atuado para minimizar problemas sociais e assegurar os direitos de diferentes grupos de pessoas. O intuito é mostrar o que a Igreja tem feito para ajudar essas pessoas em situação de vulnerabilidade social, principalmente impulsionados pelo Sínodo da Amazônia, que será realizado em outubro próximo.
:: ASSISTA: Desafios da Igreja - Realidade indígena
Algumas das realidades que essas aldeias em especial estão enfrentando, com certeza refletem a realidade do Brasil. A grilagem (terras de povos indígenas sendo loteadas para venda ilegal), a violência, o deslocamento forçado, a perda tradições e costumes pelo distanciamento de suas terras, o desmatamento, uso de agrotóxicos... tudo isso tem afetado a vida dessas comunidades de forma devastadora.
Camila lembra que o cuidado com a Casa Comum, tão destacado pelo Papa Francisco na encíclica Laudato Sì, também engloba esses povos que, mais do que ninguém, sabem cuidar da terra de forma perfeitamente sustentável. Devido à necessidade de migrarem para áreas urbanas, encontram problemas falta de moradia, emprego, preconceito, etc.
Por fim, a jornalista conta como percebeu a presença da Igreja junto aos indígenas. Ela relatou alguns momentos de tensão para essas pessoas, por estarem num espaço de conflito entre grileiros e indígenas. Muitos missionários, sejam religiosos ou leigos, são constantemente ameaçados pelos exploradores.
Por meio da presença do Cimi (Conselho Indigenista Missionario), que existe há quase 50 anos e é liderado por Dom Roque Paloschi, Arcebispo de Porto Velho (Rondônia), bem como Dom Erwin Krautler, que foi, inclusive, ameaçado de morte, a repórter falou sobre a importância da evangelização concreta. Ela destaca que a mensagem primeira, antes de levar a religião católica a esses povos em sua dimensão catequética, é o cuidar, respeitando a espiritualidade própria de cada povo. A evangelização passa pelo olhar para as necessidades dessas pessoas, principalmente em áreas onde a Igreja ainda não consegue chegar.
Camila conclui que a grande importância do trabalho realizado é que, se a Igreja não olhar para essas pessoas, ninguém irá olhar, devido ao conflito de interesses. Nesse sentido, agradeceu também o trabalho de responsabilidade social da TV Aparecida, por mostrar essa realidade no intuito de despertar a consciência da necessidade de se respeitar integralmente os povos indígenas, como legítimos habitantes destas terras.
Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo:
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