Sínodo da Amazônia, Irmã Dulce proclamada Santa, ódio na internet, Mês Missionário Extraordinário, Nossa Senhora Aparecida.
Padre Pedro Cunha fala sobre os 5 assuntos mais comentados nas redes sociais durante o mês de outubro.
Confira a opinião do sacerdote da Diocese de Lorena (SP), que partilhou com o A12 suas principais impressões sobre cada tópico.
Sínodo da Amazônia
Padre Pedro começou falando que pouco se falou sobre o Sínodo e muito se falou sobre uma série de coisas que, em sua opinião, pouco tinham a ver com a proposta, de fato. Ele explicou que o Sínodo é apenas uma reunião que possui um tema a ser discutido. "O Sínodo é construído a partir da participação de quem está reunido para isso", disse.
Ele ainda falou que é possível olhar para o Sínodo sem "pré-conceitos", pois somente a partir de um estudo aprofundado e de muita oração é que o Papa divulgará suas decisões a respeito. O fato, de acordo com Padre Pedro, é que a questão precisa ser discutida, pois a Igreja também está presente na Amazônia e deve preocupar-se com a região, tal como com todas as outras.
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Canonização de Irmã Dulce
O padre disse que, muitos anos atrás, assistiu uma reportagem sobre Irmã Dulce e que o fez pensar: "Irmã Dulce não precisava de nenhum milagre para ser canonizada, pois ela mesma era o milagre", disse ele. Ele ressaltou que, mesmo com a saúde extremamente frágil, ela andava por toda a cidade de Salvador (BA) recolhendo e ajudando as pessoas em situação de rua. "Ela é, de fato, o grande milagre dela mesma", emociona-se.
Padre Pedro ainda falou a respeito de sua descoberta pessoal a respeito da vida de Santa Dulce, citando o fato de quando ratos roíam os doentes dos quais ela cuidava, ao que ela foi à Secretaria de Saúde de Salvador pedir iscas para matar os ratos, levando lençóis sujos de sangue dos doentes, o que lhe foi negado. Nisso, Santa Dulce pôs-se a chorar por dois motivos, segundo ele: um por ter o pedido negado e outro por não ter dinheiro para voltar pra casa. "Eu fico pensando: uma mulher que fazia tanto, tanto... Que situação aquela mulher passou!", exclamou o sacerdote.
Destacando a resignação de Santa Dulce, Padre Pedro falou que, mesmo com tantas dificuldades, ela nunca reclamou. Por fim, o padre falou sobre o grande significado desta canonização para o Brasil, em especial para o povo do Nordeste.
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Ódio na internet
Padre Pedro falou que os chamados "haters" só não odeiam a si mesmos. Ele diz que eles são pessoas que são incapazes de perceber o outro como alguém. "Eles só percebem a si mesmos, e no pior de si. Não conseguem, nunca, perceber o melhor de si; não conseguem retirar de dentro de si algo bom".
"O nosso ser é o lugar onde Deus nos habita. Ele é essencialmente positivo. Em nosso ser não há nada de negativo ou obscuro. É onde nós somos plenamente quem Deus nos criou, ou seja, plenamente positivos. O hater vive na periferia de si mesmo. Vive, provavelmente, a partir de suas feridas e seus vazios", afirmou.
Ele ainda destaca que, o pior é quando isso ocorre dentro da esfera católica, quando, por exemplo, para defender Jesus Cristo, eu ataco o Cristo que está no outro. "Como é que eu, que me digo católico, não enxergo o outro como presença de Cristo no mundo?", indignou-se.
Padre Pedro Cunha ainda alerta: "O mal é igual carrapicho: não passe perto, porque ele pega em você". Ele explica que, muitas vezes, afastar-se desse ódio, principalmente nas redes sociais, é a melhor solução. Propõe também uma reflexão: "Se você não quer que outras pessoas que você gosta sintam o que você está sentindo sobre determinado assunto, não compartilhe. Só o faça se aquilo te trouxer algo positivo", aconselhou.
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Mês Missionário Extraordinário
"Todo cristão batizado recebe a missão de ser na Terra um outro Cristo", diz o sacerdote. "Vejo muitas pessoas empenhadas em ir, mas pouco empenhadas em viver o conteúdo que anunciam, isto me preocupa muito", confessa ele.
Citando seu projeto das Aldeias de Vida, Padre Pedro diz que se preocupa em fazer com que os 'aldeeiros', mesmo muito motivados e felizes em trabalhar, vivam em seu cotidiano aquilo que irão anunciar naquele retiro das Aldeias em que irão trabalhar.
Sobre o Mês Missionário Extraordinário, convocado pelo Papa Francisco, Padre Pedro Cunha pede que se "viva para anunciar e, ao anunciar, se torne vida também para ele". Para que a realidade da missão se estabeleça no mundo e que tenhamos essa convicção de que, para ser missionário, é preciso viver como missionário.
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Nossa Senhora Aparecida
"Aí é só pedir a bênção", brinca Padre Pedro. "Depois de tudo o que a gente viveu nesta novena, depois de tudo que o próprio A12 fez neste trabalho extraordinário e que nos levou a experimentar esta novena como nunca, tudo o que a gente pode dizer é 'obrigado, obrigado, obrigado'", expressou.
Eduardo Gois também deu seu testemunho a respeito de trabalhar pelo décimo ano na cobertura da Festa da Padroeira, ao que Padre Pedro disse: "Você já viu alguém que trabalha com purpurina não sair brilhando? É impossível", disse ele, fazendo um paralelo com o trabalho com o sagrado.
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Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo:
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