O missionário redentorista, Padre Camilo Júnior, explica em seis pontos a diferença entre diálogo ecumênico e diálogo inter-religioso. Veja o vídeo ou leia abaixo os aspectos sobre este assunto.
1. Com muita facilidade, as pessoas fazem confusão com essas duas expressões, usando a palavra ecumenismo para duas realidades que são distintas. Por isso, vamos refletir sobre o significado dessas duas formas de diálogo religioso, tendo como base fundamental o respeito sagrado pela fé das pessoas.
2. O diálogo ecumênico acontece entre as Igrejas cristãs, que tem no Evangelho e na fé em Jesus Cristo a base fundamental de sua concepção religiosa e da conduta da vida. O diálogo ecumênico visa criar, entre as Igrejas Cristãs, um diálogo fraterno, para que haja um relacionamento de respeito e afeto mútuo entre aqueles que acreditam em Jesus Cristo e que seguem o Evangelho. E ao falarmos das Igrejas que acreditam em Jesus Cristo, também estão compreendida a fé na Santíssima Trindade.
Leia MaisO que difere um padre religioso de um diocesano? 3. O diálogo ecumênico deseja levar todos os cristãos a viverem o grande desejo de Jesus em sua oração sacerdotal, quando Ele pede ao Pai para que todos sejam um” (Jo 17,21). Por isso, encontrar a linguagem do amor é fundamental para que os cristãos, mesmo sendo de várias confissões religiosas, vivam em paz e no respeito à fé de seu semelhante.
Assim, o diálogo ecumênico existe para que os membros das Igrejas Cristãs, embora rezem de um jeito diferente e tenham doutrinas específicas, vivam a unidade do amor na caminhada da fé, e testemunhem que maior é Aquele que nos une do que aquilo que parece nos separar.
4. Já o diálogo inter-religioso acontece entre as religiões, onde algumas não tem, necessariamente, em Jesus e no Evangelho o objeto da sua fé, mas buscam com sinceridade de coração a verdade e a justiça. O diálogo inter-religioso acontece quando cristãos dialogam com membros de outras religiões que não são cristãs. Por exemplo: diálogo do cristianismo com o hinduísmo, budismo, islamismo, xintoísmo, religiões de matriz africana: candomblé, umbanda.
5. Enfim, o diálogo inter-religioso nos ajuda a discernir como a graça de Deus age no coração humano em todos os povos e culturas, para que aprendamos a respeitar as várias tradições religiosas e a construir uma sociedade de comunhão, de justiça e paz, no respeito profundo ao ser humano e no cuidado com o meio ambiente, pois todos compartilhamos uma casa comum.
6. Por isso, tanto no diálogo ecumênico como no diálogo inter-religioso deve prevalecer a lei religiosa maior, que é o amor. Rezamos de formas diferentes, cantamos de formas diferentes, temos ritos e símbolos religiosos diferentes, usamos roupas diferentes, mas todos buscamos a mesma verdade, a mesma paz e a mesma vida que está naquele que é maior do que todos nós e que tem o destino de todos os povos em suas mãos.
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