Por Luciana Gianesini Em Redação A12 Atualizada em 07 JUN 2019 - 09H41

Padre Joãozinho, scj e os 100 anos da presença dehoniana em Taubaté (SP)

Na última sexta-feira (17), o Redação A12 ao Vivo contou com a presença do Padre Joãozinho Almeida, scj, falando sobre os 100 anos da presença dos padres dehonianos em Taubaté (SP), comemorados neste ano de 2019. O jornalista Eduardo Gois recebeu o sacerdote, que ainda falou sobre o XIII Congresso Mariológico, que aconteceu no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional, entre os dias 16 a 19 de maio.

Renan Ventura
Renan Ventura


Chegada dos Dehonianos ao Brasil

Pe. joãozinho conta que, no dia 20 de dezembro de 1919, chegaram os primeiros dehonianos em Taubaté. Eram dois padres e um irmão. Mas, na verdade, a história começa bem antes.

"Em 1903, quando chegamos ao sul do Brasil. Estávamos no Equador, mas fomos expulsos de lá. Um parte foi pro Congo, na África, e outra parte veio ao sul do Brasil, em Santa Catarina. Mas já estávamos, desde 1893, em Recife (PE).

Em 1906, o nosso fundador, Padre Dehon (daí o nome de dehonianos), resolveu percorrer a América do Sul, do Recife (PE) à Argentina, e depois volta para a França, sua terra natal. Em 1908, foi criada a Diocese de Taubaté, cujo primeiro bispo foi Dom Epaminondas. Ele ganhou dos Franciscanos, que já estavam lá desde os anos de 1600, um lugar para construir um seminário, porém não havia padres para formar os seminaristas. Então, Dom Epaminondas falou com o prior da Trapa Maristela (dos Trapistas, em Tremembé/SP) que estava indo para a Europa, pedindo-lhe que, se encontrasse padres que pudessem ser formadores no Brasil, que os enviasse para Taubaté.

Chegando, então, à Bélgica, o prior encontrou com Padre Dehon. Ele, por sua vez, entrou em contato com o Padre Pedro Storms, um dehoniano alemão, que atuava em Santa Catarina. Padre Storms prometeu a Dom Epaminondas que, ao retornar de uma viagem à Alemanha, enviaria padres a Taubaté, atendendo ao pedido do bispo. Entretanto, quando o Padre Storms chegou lá, havia estourado a Primeira Guerra Mundial. Então, todo o processo ficou estagnado, assim como o resto do mundo, até 1918. Quando, nesse mesmo ano, o primeiro padre foi escolhido para vir de Santa Catarina para Taubaté, acabou adoecendo de tifo, vindo a falecer. Depois, já em 1919, vieram então outros três, começando, assim, a história dos dehonianos em Taubaté, de onde fomos para o resto do país", contou Pe. Joãozinho.

:: A espiritualidade mariana de Padre Dehon

Padre Zezinho, um catequista

Falando de um dos dehonianos de maior representatividade, Padre Zezinho, scj, o sacerdote o define como um catequista. "Padre Zezinho costuma dizer: 'Não basta ser doutor, tem que ser leitor'. Convivo com ele e, nesta semana, fizemos uma música, um hino para Padre Donizete, outro dehoniano, que deverá ser beatificado em breve".

Falando sobre todo o trabalho de resgate histórico que está sendo feito neste ano, em razão do centenário dehoniano, Pe. Joãozinho contou um pouco da biografia do Padre Zezinho, que se inspirou ainda em outro precursor dehoniano, o padre Pascoal Lacroix, que desde a década de 1930, já publicava livros, cuja arrecadação era destinada à construção de seminários. Padre Lacroix era um comunicador-provedor, de quem Padre Zezinho foi coroinha. O mesmo padre Lacroix chegou a fundar uma editora em Taubaté, a Editora SCJ, que posteriormente faliu. Padre Zezinho, então, inspirado por ele, entrou para o seminário".

Padre Joãozinho conta que toda a trajetória de Padre Zezinho foi ligada à comunicação, música e evangelização. Com um grande talento de poeta, músico e compositor, o maior expoente dehoniano no Brasil, Padre Zezinho, tem "arte no sangue", segundo Padre Joãozinho.

Eduardo Gois também comentou sobre a próxima temporada da série "10 minutos de prosa", do A12, que conta também com um episódio dedicado ao bate-papo com Padre Zezinho, gravado no Memorial Dehoniano, inaugurado no último dia 27 de março, em Taubaté.

10 minutos de prosa: Melhores momentos da primeira temporada

"Meu Cristo é mais Cristo que seu Cristo"

O jornalista também falou um pouco do novo livro do Padre Zezinho, lançado pela Editora Santuário. A obra fala sobre a análise que o padre dehoniano faz a respeito de pregadores cristãos da atualidade, que agem "como se fossem verdadeiros embaixadores ou emissários de Jesus Cristo na terra".

O livro aborda os conflitos gerados por esta certa "pretensão de pregadores ou grupos religiosos de quererem impor-se sobre os demais, reservando somente para si o monopólio de Jesus e de seus ensinamentos". De acordo com a sinopse, nessa obra Pe. Zezinho "leva o leitor a refletir sobre as atitudes daqueles que pregam que seu jeito de viver a fé cristã é mais autêntico que o jeito dos outros", num rico discurso sobre tolerância religiosa, unidade e humildade.

Padre Zezinho tem mais de oito livros publicados pela Editora Santuário, dentre os mais de 100 livros já escritos por ele, ao longo de seus mais de 50 anos de sacerdócio.

:: Adquira aqui o lançamento do Padre Zezinho pela Editora Santuário

Show do Centenário Dehoniano em Taubaté


Leia MaisReassista especial da Rádio Aparecida em homenagem ao Padre ZezinhoPadre Joãozinho falou a respeito do grande evento comemorativo do Centenário Dehoniano em Taubaté:

"Nós pensamos em várias coisas para celebrar o centenário: o Memorial, celebrações... mas queríamos fazer um evento marcante. E aí, pensamos: 'Quem seria o maior símbolo destes 100 anos? Padre Zezinho', porque, de nós todos ele é o mais conhecido e é de Taubaté; a vocação dele surgiu ali", relata.

Reprodução
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Padre Zezinho é destaque em show comemorativo ao Centenário Dehoniano em Taubaté (SP)


"Aí definimos a data: 08 de junho, aniversário de 78 anos do Padre Zezinho, e decidimos fazer um pequeno show, com artistas como o Grupo Ir ao Povo, que geralmente o acompanham. Só que o que era pra ficar pequeno, ficou grande", comemora.

"Convidamos, então, o Grupo Ir ao Povo e selecionamos 30 músicas, os maiores sucessos do Padre Zezinho. Com eles, veio então o Fagner; com ele, Renato Teixeira; com ele, Zeca Baleiro; com eles, Joanna; veio também o Fabio Carneirinho.

Aí, veio também a TV Aparecida, com a transmissão ao vivo. E aí, veio também a Mariangela Zan. Aí, vieram também os Cantores de Deus e, ao todo, teremos 40 cantores", antecipa. 

Minisermão

Padre Joãozinho também falou de um de seus projetos mais conhecidos, o "Minisermão". Como grande entusiasta das redes sociais, Padre Joãozinho explica que decidiu focar-se nesse segmento porque, através delas, uma mensagem de um minuto chega a mais de 12 milhões de pessoas, com um breve comentário sobre o Evangelho do dia.

Quem desejar participar das listas de distribuição do Minisermão, pode procurar informações diretamente nas redes sociais do sacerdote.

Congresso Mariológico

Por fim, Padre joãozinho falou sobre o XIII Congresso Mariológico, do qual está participando mais uma vez.

"Este ano está fantástico, maravilhoso, impressionante. Participo de congressos mariológicos há dez anos e, neste, como disse o reitor do Santuário Nacional, Padre Eduardo Catalfo, estamos começando um novo ciclo, com uma grande participação de teólogos leigos, pais de família, que estão terminando sua pós-gradução em Mariologia, através da parceria entre a Faculdade Dehoniana e a Academia Marial de Aparecida. 

Tivemos hoje 34 pesquisadores expondo o resultado de suas pesquisas para 400 congressistas. Isso é um milagre de Nossa Senhora Aparecida", festeja.

Confira a íntegra da entrevista no vídeo:

.:: Relembre a história de evangelização pela música de Padre Zezinho

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