Passar de uma “igreja acuada” para uma Igreja em saída e anunciadora

A Congregação do Santíssimo Redentor celebra neste dia 09 de novembro os seus 289 anos de fundação. A data remete ao ano de 1732, quando Santo Afonso Maria de Ligório tomado pela graça de Deus, fundou esta ordem religiosa com identidade missionária e comprometida com a evangelização dos mais pobres e abandonados.

O compromisso assumido pelo santo fundador é mantido até os dias atuais através dos mais de 4.500 padres e irmãos e um grande número de leigos e leigas, presentes em mais de 80 países nos cinco continentes, que assumem cotidianamente o mesmo ideal original. 

“Este sonho plantado no coração de Afonso por Deus e este desenvolvimento nunca traiu a sua origem e nunca traiu a sua gênese missionária de evangelização dos pobres”, disse Padre Marlos Aurélio da Silva, atual superior provincial da Unidade de São Paulo, em missa no Santuário Nacional de Aparecida.

Assinalando a festa da dedicação da Basílica de São João de Latrão, a primeira Basílica da Igreja a ser construída e uma das mais importantes Igrejas de Roma e do mundo, padre Marlos convidou todos os fiéis para edificar em seu coração e vida a presença de Deus.

“É muito bom estar num templo como esse, o Santuário Nacional, mas se nós não edificarmos primeiramente o templo dentro de nós e nos sentirmos morada de Deus, em vão construiremos igrejas templos. Então, primeiramente a necessidade de edificarmos a presença de Deus no interior da nossa vida, do nosso coração”.

Foi nesse ponto, que o superior provincial exortou a sair de uma postura “acuada” para ser cada vez mais “anunciadora” de sua missão.

“Essa celebração litúrgica renova o nosso compromisso de sermos Igreja Viva, Igreja Missionária no dizer do Papa Francisco, Igreja em saída e não uma igreja acuada, não uma igreja das sacristias e dos templos fechados, mas uma Igreja que se coloca como anunciadora daquilo que experimenta, daquilo que recebe de Deus”, assinalou.

Fernanda Fialho

Missionários reunidos na missa desta terça-feira, 9h, no Altar Central

Lembrando a missão em terras brasileiras, que já existem há 127 anos, o superior falou das atividades apostólicas da congregação no país que são grandemente reconhecidas pelo trabalho nas Santas Missões Populares, nos santuários, nos meios de comunicação e ainda em tantas outras formas, e frisou que a evangelização é uma tarefa que ainda necessita contínua renovação.

“Há muito a ser feito e oxalá, Deus nos conceda 300, 400 anos de história para continuar ajudando o Reino a crescer, porque é o Reino o centro de toda autêntica evangelização”, assinalou.

“Vivemos como Congregação Redentorista um capítulo bonito de nossa história chamado de reestruturação e reconfiguração. Não é o único ao longo de toda esta história de 289 anos. E agora, uma vez mais queremos unir nossas forças, queremos nos reconfigurar e mudar alguma coisa que não vai bem em vista de um compromisso maior e definitivo com a missão. Por isso, vemos como um momento de oportunidade e graça para que continuemos com fidelidade, amor e dedicação, o sonho que Deus plantou no coração de Santo Afonso”.

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