Mais de 30 mil fiéis estiveram reunidos, no último domingo (8), na Praça São Pedro em Roma para a tradicional oração do Angelus sobre a festa litúrgica do Batismo do Senhor, data que no Brasil é celebrada nesta segunda-feira (9), devido à transferência da solenidade da Epifania do Senhor realizada no dia de ontem.
Leia MaisNo Batismo do Senhor, Papa batiza filhos de funcionários da Santa SéBispos brasileiros falam do legado do Papa Bento XVINa meditação da festa, Papa Francisco explicou a respeito do ambiente que envolve o Batismo de Jesus no Rio Jordão, narrado no Evangelho de Mateus (Mt 3,13-17).
“Era um rito mediante o qual as pessoas se arrependiam e se comprometiam a converter-se; um hino litúrgico diz que o povo ia receber o batismo com uma alma aberta, sem cobrir nada - ou seja, com humildade e com coração transparente”.
Cristo traz a Justiça
Toda a multidão ficou surpresa ao reparar que Jesus estava ali misturado aos pecadores e se questionou “Por que o Santo de Deus, o Filho de Deus sem pecado, por que fez esta escolha em receber o batismo?”.
A resposta está na própria Sagrada Escritura, nas palavras de Jesus a João. "Deixa por agora; convém que cumpramos assim toda a justiça" (Mt 3,15). Francisco nos mostra o que significa “cumprir toda a justiça”?
“Jesus nos revela a justiça de Deus, aquela justiça que Ele veio trazer ao mundo. Nós, tantas vezes, temos uma ideia estreita de justiça e pensamos que ela significa: quem erra que pague e assim apaga o mal que cometeu. Mas a justiça de Deus, como ensina a Escritura, é muito maior: seu propósito não é a condenação do culpado, mas sua salvação e seu renascimento, o torná-lo justo, de injusto a justo.”
A misericórdia na Justiça de Deus
O Santo Padre nos relembra a homilia de Bento XVI, em 13 de janeiro de 2008, reafirmando que Deus é misericórdia, porque a sua justiça é precisamente a misericórdia que salva, a sua justiça é o amor que partilha a nossa condição humana.
“Deus quis salvar-nos indo ele mesmo até ao fundo do abismo da morte, para que cada homem, mesmo quem caiu tão em baixo que já não vê o céu, possa encontrar a mão de Deus à qual se agarrar e subir das trevas para ver de novo a luz para a qual ele é feito".
Somos pessoas que partilham ou dividem?
Ao final de sua reflexão, Francisco abordou um tema muito recorrente em nossa sociedade: como estamos exercendo esta justiça misericordiosa nas relações com nossos irmãos e irmãs, principalmente com nossas palavras.
“Façamos como Jesus: compartilhemos, carreguemos os fardos uns dos outros ao invés de fofocar e destruir, olhemo-nos com compaixão, ajudemo-nos uns aos outros! Pensemos um pouco: sou discípulo do amor de Jesus ou discípulo da fofoca, que divide e divide? Mas a fofoca é uma arma letal: mata, mata o amor, mata a sociedade, mata a fraternidade. Perguntemo-nos: sou uma pessoa que divide ou uma pessoa que partilha?”.
O Santo Padre pediu para que rezemos pedindo a intercessão de Nossa Senhora, ”que deu à luz Jesus, mergulhando-o na nossa fragilidade para que tivéssemos de novo a vida”.
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Fonte: Vatican News
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