Santo Padre

A luta do Papa para “silenciar o clamor das armas”

“Os grandes falam de guerra, precisamos ouvir os pequenos que falam de paz”

Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R. (Arquivo pessoal)

Escrito por Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R.

18 FEV 2022 - 09H12 (Atualizada em 21 FEV 2022 - 09H56)

Foto: Ri_Ya - Pixabay

A voz da liderança mais respeitada no mundo atual, mesmo entre os não cristãos, o Papa Francisco, homem que fala com autoridade e coragem profética, não se cala ao sentir a ameaça de mais uma guerra. Foi firme ao afirmar com palavras objetivas sobre os conflitos entre Rússia e Ucrânia: “uma guerra na Ucrânia seria uma loucura”.

E lembra que as consequências sobram para os mais fragilizados: “ao longo da história, os povos sofreram muito com as guerras dos poderosos. Tantas vítimas inocentes, tantas lágrimas, tanta dor pelas guerras travadas pelos fracos para os fortes. Guerras que tornaram os fracos mais fracos e os fortes mais fortes”.

Uma dura afirmação sobre a guerra, já no início do seu pontificado

“A Terceira Guerra já pode ter começado”. No ano seguinte ao que assumiu o seu pontificado, e visitando um cemitério militar da Itália, numa cerimônia em memória ao centenário da Primeira Guerra mundial, em setembro de 2014, Francisco chama a atenção para uma nova guerra que estava começando, fazendo uma leitura diferente dos modos de guerrear da primeira e da segunda guerra, dando a entender que elas tinham focos definidos e localizados em determinadas regiões, mas que a atual estava começando “ao redor do mundo equivalente a uma Terceira Guerra Mundial” e se propagava “aos poucos por meio de crimes, massacres e destruição”.

Visitando o seu país, a Argentina, em dezembro de 2020, Francisco reafirma a sua concepção do mundo vivendo em estado de guerra: “Olhando como vai o mundo, guerras para todo lado, estamos vivendo a Terceira Guerra Mundial em pedaços”.

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Papa Francisco faz apelo emocionado contra a Guerra

No dia de finados, em dois de novembro de 2017, emocionado, o Papa Francisco ao visitar o Cemitério norte-americano Nettuno, em Roma, afirmou que “o mundo parece caminhar para as guerras de forma mais intensa que antes”.

Em uma oração, profundamente comovido, em frente aos túmulos que recordam os horrores da Segunda Guerra mundial, o Papa clamou a Deus: “Por favor Senhor, pare. Sem mais guerras. Sem mais desses massacres inúteis”. E, voltado para os presentes no Cemitério, disse: “os homens fazem todo o possível para declarar e fazer guerra e, no final, destroem a si mesmos”.

Os povos podem se rebelar contra as guerras dos poderosos

Como líder dos Católicos e respeitado em suas posições por tantos povos, Francisco não só reflete e desperta as autoridades para o comando responsável do Planeta, mas também incentiva o povo a assumir o seu protagonismo. Mostra que o povo unido tem força e direito de se rebelar nos momentos em que a paz é ameaçada.

Rezando o Angelus no domingo, 13 de fevereiro passado, o Papa lembrou que “o Evangelho proclama abençoados os agentes da paz”, e reafirmou: “a guerra é uma loucura, ela traz apenas sofrimento”, “mas os povos podem se rebelar contra as guerras dos poderosos”.

O Papa pede diálogo às autoridades e convoca os cristãos à oração

Ligado a todos os acontecimentos que colocam o povo ucraniano em risco, o Papa liderou um ‘Dia Internacional de Oração pela Paz’ na Ucrânia, em 26 de janeiro passado; convocou os cristãos a colocarem essa intenção em suas orações: “Continuemos a implorar ao Deus da paz para que as tensões e ameaças de guerra possam ser superadas por meio de um diálogo sério”.

Pediu a intercessão de Nossa Senhora: "confio todos os esforços pela paz à intercessão da Virgem Maria e às consciências dos políticos responsáveis".

Escrito por:
Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R. (Arquivo pessoal)
Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R.

Missionário redentorista com bacharelado em Teologia (UCSal), pós-graduado em Comunicação e Cultura Brasileira (SEPAC-PUC/SP) e mestrado em Comunicação e Semiótica (PUC/SP).

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