Toda quarta, na Audiência Geral, é o momento do Papa Francisco dar continuidade ao ciclo de catequeses, que atualmente têm sido sobre o Espírito Santo, realizadas na Praça São Pedro.
Nesta quarta (13), o Santo Padre afirma que, entre os vários meios pelos quais o Espírito Santo realiza a sua obra de santificação na Igreja, há um muito especial: a piedade mariana.
“Na tradição católica há sempre este lema: 'Ad Iesum per Mariam'. Nossa Senhora nos faz ver Jesus. Ela nos abre as portas, sempre! Nossa Senhora é a mãe que nos conduz pela mão em direção a Jesus. Maria nunca aponta para si mesma: Nossa Senhora aponta para Jesus. Esta é a piedade mariana: a Jesus pelas mãos de Nossa Senhora”.
Citando São Paulo, o Pontífice relembra que o apóstolo definiu a comunidade cristã como uma carta de Cristo, redigida não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo. “Maria, como primeira discípula e figura da Igreja, é também uma carta escrita com o Espírito de Deus vivo”, disse ainda Francisco.
Ao dizer o seu “sim” ao anúncio do anjo, é como se Maria dissesse a Deus: “Eis-me aqui, sou uma tábua de escrever: que o Escritor escreva o que quiser. Faça de mim o que quiser, o Senhor de todas as coisas”.
“Eis, portanto, como a Mãe de Deus é instrumento do Espírito Santo na sua ação santificadora. No meio da profusão interminável de palavras ditas e escritas sobre Deus, sobre a Igreja e sobre a santidade, ela sugere apenas duas palavras que todos, mesmo os mais simples, podem pronunciar em qualquer ocasião: “Eis-me aqui” e “Fiat” (“Faça-se”). Maria é aquela que disse “sim” a Deus e, com o seu exemplo e a sua intercessão, incita-nos a dizer-Lhe também o nosso “sim”, cada vez que nos vemos confrontados com uma obediência a cumprir ou uma prova a vencer”.
Segundo o Papa, em todos os momentos da sua história, mas particularmente neste momento, a Igreja encontra-se na mesma situação em que se encontrava a comunidade cristã após a Ascensão de Jesus ao céu: anunciando o Evangelho a todos os povos, mas à espera do “poder do alto” para poder fazer. E sem esquecer de que os discípulos estavam reunidos ao redor de Maria, mãe de Jesus.
“É verdade que havia outras mulheres com Ela no cenáculo, mas a sua presença é diferente e única entre todas. Entre ela e o Espírito Santo existe um vínculo único e eternamente indestrutível, o qual é a própria pessoa de Cristo, 'encarnado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria', como rezamos no Credo”.
Sobre a Anunciação, o Papa relembra o evangelista Lucas, que sublinha deliberadamente a correspondência entre a vinda do Espírito Santo sobre Maria na Anunciação e a sua vinda sobre os discípulos no Pentecostes.
E por fim, pede:
“Aprendamos com ela a ser dóceis às inspirações do Espírito, especialmente quando Ele nos sugere que 'nos levantemos depressa' e ajudemos alguém em necessidade, como Ela fez logo depois que o anjo a deixou”, concluiu.
:: Papa reforça o ecumenismo no Vaticano: “todos são bem-vindos”
Fonte: Vatican News
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