Na última segunda-feira (13), o Papa Francisco completou 10 anos como líder da Igreja Católica e recebeu as mais diversas homenagens e lembranças de conferências episcopais, congregações e instituições de todo o mundo.
Leia Mais10 anos de pontificado do Papa Francisco: confira 5 curiosidadesPapa Francisco completa 10 anos de pontificado suplicando pela paz no mundoMuitos dos bispos brasileiros, próximos do Santo Padre, fizeram questão de parabenizar Francisco pela década do pontificado e ressaltando a missão do Papa com a fraternidade humana, a atenção à família, a ecologia integral, o combate aos abusos na Igreja, a presença na sociedade e uma nova perspectiva para os cristãos leigos, e assuntos relevantes para a fé católica.
Igreja em saída
Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, recorda que o Papa passou a reformar a Igreja por dentro, no espírito que a anima.
“Desde logo, falou que gostaria de ver uma Igreja próxima das pessoas, de suas lutas, seus sofrimentos e angústias. Comparou-a com um hospital de campo em tempos de guerra, que está no lugar onde há feridos, para socorrê-los. Desafiou toda a Igreja a não se voltar apenas para si mesma, mas a sair ao encontro do povo, como 'Igreja em saída missionária'".
Um papa surpreendente
Responsável por recepcionar o Santo Padre em sua primeira viagem apostólica, na Jornada Mundial da Juventude de 2013, Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, destacou a prontidão e o vigor de Francisco ao pisar em terras brasileiras.
“Nós o aguardávamos com muita ansiedade e com muita alegria, e ele nos surpreendeu, pela proximidade, pela conversa franca, aberta, pela partilha, pelas preocupações e, tenho certeza também, que surpreendeu a juventude que estava reunida no Rio de Janeiro com a sua espontaneidade e com a sua proximidade”.
Amor pela Amazônia
O Arcebispo de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner, recordou que o Papa Francisco sempre se preocupou com a região desde a Conferência de Aparecida, em 2007, ainda quando era Cardeal e que a considera “não apenas como um espaço geográfico, mas o acontecer da Igreja na Amazônia".
"Ele ficou tão impressionado com as intervenções feitas pelos bispos, que ele pensou que na Amazônia devia ter algo especial. Ele levou isso com ele. Em todo o seu pontificado sempre demonstrou a grande preocupação e amor que ele tem com a Amazônia. E que possamos corresponder a este cuidado pastoral do Papa em relação a nossa região”, disse Dom Leonardo.
Cuidado com o povo de Deus
O presidente da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, exalta que o pontificado do Papa se trata “de uma década de luminoso magistério, escrevendo lições preciosas para o caminho da humanidade”, e também guarda especial gratidão pelo cuidado de Francisco aos cristãos de todo o Brasil.
“O Santo Padre sempre está atento a nossa realidade, se dedica a orientar, ajudar e a zelar pelo povo brasileiro, mantendo-se em profunda comunhão, especialmente com os mais simples e pobres. Citando uma de suas expressões é ‘um pastor com cheiro de ovelhas’ que nos inspira no seguimento de Jesus!”.
A simplicidade de um grande amigo
Em entrevista exclusiva para o A12, o Cardeal Raymundo Damasceno, Arcebispo emérito de Aparecida, fala a respeito da relevância do pontificado de Francisco para a Igreja e para a sociedade.
"Na história da Igreja, o Papa representa uma novidade! Primeiro porque o primeiro Papa latino-americano, primeiro Papa Jesuíta inovou por sua simplicidade, pois ele veio para sua primeira Missa na Capela Sistina no ônibus junto conosco e não quis vir de carro.
Conduz a Igreja de maneira simples, informal, próximo das pessoas, morando na Casa Santa Marta e isso não mudou desde o início do pontificado, também como as encíclicas e documentos, um trabalho inspirado sempre em um ardor missionário e evangelizador, revolucionando, mas nunca rompendo as tradições da Santa Igreja".
Amigo pessoal de Mário Jorge Bergoglio, Dom Raymundo citou um dos episódios que resumem a humildade do Santo Padre.
"Na casa Santa Marta, estava com muçulmanos e judeus em uma audiência, tinham muitas cadeiras no local, e nos perguntávamos onde o Papa iria sentar. Quando ele chegou, eu perguntei 'Onde o senhor vai se sentar?', ele disse 'Em uma cadeira!', de forma muito simples.
Então ao final do encontro, nos despedimos e ele disse 'Vou acompanhar vocês para saber se não levaram nada aqui de casa e se vocês vão embora mesmo', mostrando o seu bom humor tradicional, de um jeito muito informal, de muita abertura e confiança, não há muito protocolo nesse sentido no trato com as pessoas", concluiu.
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