Papa Francisco divulgou nesta quinta-feira (14), sua mensagem sobre o tema “Inteligência Artificial e Paz”, para o Dia Mundial da Paz, celebrado no dia 1º de janeiro.
“A inteligência é expressão da dignidade que nos foi dada pelo Criador, que nos fez à sua imagem e semelhança e nos tornou capazes, através da liberdade e do conhecimento, de responder ao seu amor. Esta qualidade fundamentalmente relacional da inteligência humana manifesta-se de modo particular na ciência e na tecnologia, que são produtos extraordinários do seu potencial criativo”.
O santo padre destaca a importância do avanço da tecnologia ser utilizado para o bem e não para coisas que destroem ou façam mal. Leia MaisIgrejas de Buenos Aires contam a história do Papa FranciscoPapa: "Necessito que rezem por minha saúde: a velhice não se maquia"
“O progresso da ciência e da técnica — na medida em que contribui para uma melhor organização da sociedade humana, para o aumento da liberdade e da comunhão fraterna — leva ao aperfeiçoamento do homem e à transformação do mundo”.
E completou:
“Os progressos técnico-científicos, que permitem exercer um controle – até agora inédito – sobre a realidade, colocam nas mãos do homem um vasto leque de possibilidades, algumas das quais podem constituir um risco para a sobrevivência humana e um perigo para a Casa comum”.
O pontífice refletiu sobre a responsabilidade de usar as novas tecnologias e também o compromisso para o bem comum. Ele enfatizou o risco que essas tecnologias se tornam quando se encontram com o egoísmo do ser humano, quando ele busca algo para o ganho pessoal e não liga para os irmãos.
“Por isso, temos o dever de alargar o olhar e orientar a pesquisa técnico-científica para a prossecução da paz e do bem comum, ao serviço do desenvolvimento integral do homem e da comunidade”.
Ele reforçou seu posicionamento diante da necessidade de fiscalizar os avanços tecnológicos e o uso dessas ferramentas, como quando são usadas para espalhar falsas notícias. Ou quando “há substancialmente o risco de uma vantagem desproporcionada para poucos à custa do empobrecimento de muitos”.
“A dignidade intrínseca de cada pessoa e a fraternidade que nos une como membros da única família humana devem estar na base do desenvolvimento de novas tecnologias e servir como critérios indiscutíveis para as avaliar antes da sua utilização, para que o progresso digital possa verificar-se no respeito pela justiça e contribuir para a causa da paz. Os avanços tecnológicos que não conduzem a uma melhoria da qualidade de vida da humanidade inteira, mas pelo contrário agravam as desigualdades e os conflitos, nunca poderão ser considerados um verdadeiro progresso”.
A inteligência artificial desempenha tarefas que lhe são atribuídas com uma eficiência maior do que já realizadas, mas ainda, sim, serão conduzidas pelas mãos dos seres humanos.
Papa destaca que: “não se deve permitir que os algoritmos determinem o modo como entendemos os direitos humanos, ponham de lado os valores essenciais da compaixão, da misericórdia e do perdão, ou eliminem a possibilidade de um indivíduo mudar e deixar para trás o passado”.
Fonte: Vatican News
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