Por João Antônio Johas Leão Em Santo Padre

João XXIII e o Concílio Vaticano II

 

Bem-aventurado Papa João XXIII

Em artigos anteriores vimos um pouco sobre a vida de João XXIII, o chamado “Papa bom”. Nos encontramos com uma figura paternal e bondosa que conquistou as pessoas por suas atitudes simples e generosas.

Mas o pontificado do Papa Bom também foi marcado por uma grande empresa, que ainda hoje influencia a vida da Igreja de maneira profunda, e que merece ser lembrada às portas de sua canonização. O Papa João XXIII foi o responsável por convocar o Concílio Vaticano II, que durou de 1962 até 1965.

No discurso inaugural do Concílio, João XXIII deixou claro qual era a finalidade da reunião: “O que mais importa ao Concílio Ecumênico é o seguinte: que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz.”Nessas palavras podemos perceber duas coisas. A primeira é o desejo de que a doutrina cristã seja guardada. A segunda é que essa doutrina seja ensinada de forma mais eficaz.

 

O Papa Bom queria que a Igreja se “colocasse ao dia” em sua maneira de fazer apostolado.

Uma palavra, lançada por João XXIII, surgia uma e outra vez nas reuniões do concílio: “Aggiornamento.” É uma palavra italiana que significa atualização. O Papa Bom queria que a Igreja se “colocasse ao dia” em sua maneira de fazer apostolado. Ele disse: “É necessário primeiramente que a Igreja não se aparte do patrimônio sagrado da verdade, recebido dos seus maiores; e, ao mesmo tempo, deve também olhar para o presente, para as novas condições e formas de vida introduzidas no mundo contemporâneo.”

Esse Concílio teve e continua tendo um grande impacto na vida da Igreja. Talvez uma das mudanças mais percebidas seja a celebração da missa nos idiomas locais. Os mais novos podem pensar que sempre foi assim, mas os mais velhos sabem que essa mudança é relativamente recente na história da Igreja.

Mas além dessa mudança litúrgica, os padres conciliares refletiram sobre toda a vida da Igreja, tratando de responder a pergunta: “Igreja, que dizes de ti mesma?” E fruto dessas reflexões saíram vários textos que refletem o vivido durante esses anos de concílio, dentre eles merecem especial destaque quatro constituições: Dei Verbum, que fala sobre a revelação de Deus, Lumen Gentium, que trata sobre a Igreja, Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo atual e Sacrosanctum Concilium, que fala sobre a liturgia.

Refletindo sobre o concílio Vaticano II, o Papa Bento XVI disse: “O Cristianismo não pode ser considerado como «algo do passado», nem deve ser vivido com o olhar sempre voltado «para trás», porque Jesus Cristo é ontem, hoje e para toda a eternidade (Hb 13, 8)”. Essas palavras possuem especial significado hoje, que estamos celebrando a Páscoa de Jesus. O cristianismo é sempre atual, e o Papa Bom sabia disso ao convocar o Concílio. A tarefa que ele nos deixou foi buscar sempre anunciar a mensagem de Jesus, que é única e sempre nova, de maneira que o homem contemporâneo possa compreender.

 

Concílio Vaticano II: Uma renovação em continuidade com a tradição para a vida da Igreja.

Hoje já estamos a 52 anos da abertura desse Concílio, convocado por um Papa que pareceria ser de transição, que trouxe uma renovação em continuidade com a tradição para a vida da Igreja. Somos chamados a dar graças a Deus por todas as bênçãos que nos chegaram através das reflexões dos padres conciliares feitas vida nas paróquias e nos movimentos eclesiais espalhados pelo mundo inteiro. Somos chamados também, de maneira especial, a dar graças a Deus pelo homem escolhido por Ele para dar o ponta pé inicial do Concílio.

O Papa João XXIII, nesse sentido, lembra a Virgem Maria, que desde a sua simplicidade, desde a sua humildade, respondeu sim ao que o Senhor a pedia. Esse sim de Maria deu frutos que nem ela mesma imaginava inicialmente. Da mesma forma, o sim de João XXIII ao iniciar o Vaticano II, ainda dá frutos que o nosso Papa Bom não imaginava que se produziriam. Fica também o chamado para que cada um de nós, desde nossa própria realidade, respondamos sim à Deus, porque só Ele sabe que frutos daremos com uma vida entregada a Ele.

 

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