O Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, participou da 79ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na última segunda-feira (23) durante a “Cúpula do Futuro”, reforçando temas como a promoção da paz e do desenvolvimento global.
Em seu discurso, o cardeal abordou questões como a erradicação da pobreza, o desarmamento nuclear, a regulamentação da Inteligência Artificial (IA) e as reservas da Santa Sé sobre temas relacionados ao aborto e gênero.
Parolin chamou a atenção para a atual crise do multilateralismo, evidenciada pela crescente desconfiança entre as nações e pelo aumento dos conflitos globais. Ele ressaltou que a Cúpula deveria ser uma “fonte de esperança”, construindo um futuro com base na dignidade humana, desenvolvimento sustentável e igualdade entre as nações.
Para o cardeal, o desenvolvimento é essencial para a paz mundial e que, por consequência, traz a erradicação da pobreza.
“Um futuro pacífico e próspero requer vontade política para utilizar todos os meios possíveis para alcançar o desenvolvimento sustentável. Isto inclui a reforma das instituições financeiras internacionais, a reestruturação da dívida e a implementação de estratégias de cancelamento da dívida”.
Outro ponto crucial do discurso de Parolin foi o apelo ao desarmamento global, com foco na eliminação completa das armas nucleares. Ele enfatizou a necessidade de colocar de lado interesses geopolíticos restritos e resistir aos lobbies econômicos, defendendo que a dignidade humana deve ser priorizada.
O cardeal também destacou os desafios e oportunidades trazidos pela Inteligência Artificial, assunto muito difundido pelo Papa Francisco. Ele chamou a atenção para a urgência de regulamentar essa tecnologia, visando proteger dados, enfrentar preconceitos e garantir que a IA não cause prejuízos ao emprego e à dignidade humana.
Parolin abordou ainda o “Pacto para o Futuro” da ONU, expressando reservas em relação aos conceitos de “saúde sexual e reprodutiva” e “direitos reprodutivos”.
“A Santa Sé não considera o aborto, ou o acesso ao aborto, ou aos abortivos, como uma dimensão destes termos. Quanto ao gênero, a Santa Sé sempre entende o termo como baseado na identidade sexual biológica, que é masculina ou feminina”.
O discurso concluiu com um forte apelo ao diálogo. Para o cardeal, é preciso resgatar o sentido de pertencimento a uma única família humana, e ele acredita que, por meio de um diálogo autêntico, é possível trabalhar juntos por um futuro de justiça e paz.
Desde que foi reconhecido como Estado observador permanente em 1964, o Vaticano participa de atividades da Assembleia Geral da ONU, embora sem direito a voto. Por meio de seus secretários de Estado ou pelo Papa, já teve a oportunidade de discursar diversas vezes em ocasiões importantes.
O primeiro discurso foi feito pelo Papa Santo Paulo VI, em 4 de outubro de 1965, onde fez um apelo pela paz mundial. São João Paulo II discursou duas vezes na ONU, em 1979 e 1995. Bento XVI, em 2008, fez seu discurso, ressaltando os direitos humanos e o desenvolvimento humano. Em 2015, o Papa Francisco discursou durante o 70º aniversário da ONU, reforçando temas como justiça social, desenvolvimento sustentável e a crise ambiental.
Além dos papas, o Secretário de Estado da Santa Sé faz discursos regularmente em várias sessões da Assembleia Geral, como o evento de alto nível anual e em cúpulas especiais, como a “Cúpula do Futuro” em que o Cardeal Pietro Parolin participou esse ano, abordando temas centrais da doutrina social católica.
:: 5 perguntas para entender a ONU
Fonte: Vatican News
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