A educação ocupa um lugar de preocupação e esperança na visão do Papa Francisco sobre o futuro da humanidade. Em diferentes ocasiões nesta semana, o Pontífice destacou a importância de modelos educacionais que inspirem sonhos, superem desigualdades e promovam um pacto de colaboração entre família, escola e sociedade.
Ao receber representantes do grupo editorial católico La Scuola, o Papa reafirmou a necessidade de uma aliança educativa: “A escola deve ser um lugar onde se aprende a abrir a mente e o coração para o mundo”.
Para isso, Francisco listou as “três linguagens” que considera essenciais na educação: a do coração, que nos ensina a sentir bem; a da cabeça, que nos convida a pensar bem; e a das mãos, que nos desafia a agir bem. Essa harmonia, segundo ele, deve estar no centro do pacto entre famílias, escolas e sociedade.
O Pontífice também relembrou sua própria experiência escolar, destacando a união que existia entre professores e pais na formação das crianças. “Havia uma unidade. Hoje, muitas vezes, é o contrário: pais que reclamam dos professores. Precisamos resgatar essa colaboração para o bem das crianças.”
Em um documento recente intitulado “Carta sobre a renovação do estudo da História da Igreja”, o Papa destacou a importância do estudo da História da Igreja como um meio de fortalecer a identidade eclesial e a compreensão do mundo. Ele exortou jovens estudantes e agentes pastorais a desenvolverem uma “sensibilidade histórica” que os conecte as gerações passadas: “Sem memória, nunca se avança; não se evolui sem uma memória íntegra e luminosa.”
Francisco enfatizou que a História da Igreja deve ser vista com realismo, reconhecendo suas imperfeições e aprendendo com os erros do passado para construir uma comunidade mais fraterna. O Pontífice também alertou contra a cultura do esquecimento, que ameaça apagar lições cruciais: “Não podemos permitir que as novas gerações percam a memória do que aconteceu. A memória é garantia e estímulo para construir um futuro mais justo e fraterno.”
Já em uma audiência dedicada à educação e cultura, o Papa denunciou as desigualdades no acesso à educação, que afetam milhões de crianças e jovens no mundo:
“É um genocídio cultural quando roubamos o futuro das crianças, quando não lhes oferecemos condições para se tornarem o que poderiam ser.”
O Papa pediu que escolas e universidades não sejam “fábricas de resultados”, mas sim espaços de transformação cultural e humana. Ele também sublinhou a importância de enfrentar os desafios da revolução digital com responsabilidade, pedindo à Igreja que se engaje no estudo das mudanças tecnológicas e suas implicações éticas.
Francisco concluiu suas reflexões com um apelo aos jovens educadores, estudantes e agentes culturais: “A esperança não desilude, ela é a força. Não esqueçam a esperança! Este é o tempo de arregaçar as mangas.” Assim, o Papa convoca todos a participarem ativamente da construção de um futuro mais justo e cheio de esperança, ancorado nos valores do Evangelho.
:: A quantas anda a nossa educação no Brasil?
Fonte: Vatican News
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