Não faz tempo e o Santo Padre, Papa Francisco, falou sobre adoção durante uma Audiência Geral que aconteceu no início de janeiro e foi realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano. Francisco meditou sobre São José como pai adotivo de Jesus. O santo exerce o direito de impor o nome ao filho, reconhecendo-o juridicamente.
O Papa explica que antigamente o nome era o compêndio da identidade de uma pessoa. Dar o nome a alguém ou a algo significava afirmar a própria autoridade sobre o que era denominado, como fez Adão quando conferiu um nome a todos os animais. "José sabe que para o filho de Maria havia um nome estabelecido por Deus: 'Jesus', que significa 'O Senhor salva', como o Anjo lhe explicou: Porque ele salvará o povo dos seus pecados. Este aspecto particular da figura de José nos permite hoje refletir sobre a paternidade e a maternidade", disse o Papa, acrescentando:
"Acredito que seja muito importante pensar a paternidade hoje, porque vivemos uma época de orfandade notória. É curioso! A nossa civilização é um pouco órfã e se sente essa orfandade. Que São José, no lugar do verdadeiro pai, Deus, nos ajude a entender como resolver o sentimento de orfandade que nos faz muito mal hoje".
Segundo Francisco, não é suficiente pôr um filho no mundo para dizer que também somos pais ou mães. "Não se nasce pai, se torna. E não se torna pai, apenas porque se colocou no mundo um filho, mas porque se cuida responsavelmente dele. Sempre que alguém assume a responsabilidade pela vida de outra pessoa, em certo sentido exerce a paternidade a seu respeito", disse o Papa referindo-se a um trecho da Carta apostólica Patris corde.
O Papa citou, em particular, todos aqueles que se abrem a acolher a vida através da via da adoção que é um comportamento generoso, bonito. "José nos mostra que este tipo de vínculo não é secundário, não é uma alternativa. Este tipo de escolha está entre as formas mais elevadas de amor e de paternidade e maternidade. Quantas crianças no mundo estão à espera de alguém que cuide delas! E quantos cônjuges desejam ser pais e mães, mas não conseguem por razões biológicas; ou, embora já tenham filhos, querem partilhar o afeto familiar com quantos não o têm. Não devemos ter medo de escolher o caminho da adoção, de assumir o risco do acolhimento".
O Santo Padre também disse que hoje, com a orfandade existe um certo egoísmo: "Outro dia, eu falava sobre o inverno demográfico que existe hoje. Se vê que as pessoas não querem ter filhos ou têm um e acabou. Muitos casais não têm filhos porque não querem ou tem um só e chega, mas têm dois cachorros, dois gatos que tomam o lugar dos filhos. Sim, é engraçado, entendo, mas é a realidade. Renegar a paternidade e a maternidade nos diminui, tira a nossa humanidade.”
Maternidade e paternidade, plenitude da vida de uma pessoa
Segundo o Papa, deste modo a civilização se torna mais velha e sem humanidade, porque se perde a riqueza da maternidade e paternidade e quem sofre é a Pátria que não há filhos. Como dizia alguém humoristicamente: "E agora quem pagará os impostos para a minha aposentadoria se não há filhos? Quem cuidará de mim? Peço a São José a graça de despertar as consciências e a pensar nisso: a ter filhos", disse ainda Francisco, afirmando que a maternidade e a paternidade é a plenitude da vida de uma pessoa".
Instituições prontas para ajudar na adoção
Francisco espera que as instituições estejam sempre prontas a ajudar neste sentido da adoção, controlando seriamente, mas também simplificando o procedimento necessário para que se realize o sonho de tantos pequeninos que precisam de uma família, e de tantos cônjuges que desejam entregar-se com amor.
O Papa então contou o testemunho de um médico, muito importante, que com sua esposa resolveram adotar um filho. "Quando chegou o momento, foi-lhes oferecida uma criança e alguém disse: Não sabemos como será a saúde dela. Talvez terá alguma doença. O médico então disse: 'Se você tivesse me dito isso antes, talvez eu tivesse dito não. Mas eu o vi: o levo embora'. Este é o desejo de ser pai, de ser mãe na adoção também. Não tenham medo disso. Rezo para que ninguém se sinta sem um vínculo de amor paterno. Que São José exerça a sua proteção e a sua ajuda sobre os órfãos; e que interceda pelos casais que desejam ter um filho", concluiu o Papa.
Fonte: *Com informações da Vatican News
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