Inspirados na Laudato Si, o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral promove um projeto internacional, iniciado em 2016, em prol de enfrentar a atual crise global ao propor a contribuição, junto com as empresas, de repensar o trabalho dentro do quadro de referência da ecologia integral proposto pelo próprio Pontífice.
Diante desse cronograma, o Papa Francisco recebeu um grupo de jovens empresários e trabalhadores liderados pelo cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério nesta quarta-feira (8). O projeto, que se encontra em segunda fase desde 2018, se concentra sobre o tema “O cuidado é trabalho, o trabalho é cuidado” para construir uma comunidade transformadora global a pedido do Pontífice.
Para esse estudo, o grupo vai se preocupar em analisar 5 questões que foram lembradas pelo Papa:
Francisco voltou a lembrar o que já escreveu na Encíclica Laudato si', sobre as graves consequências geradas pela exportação de matérias-primas que visam satisfazer os mercados do Norte industrializado, como a poluição por mercúrio ou dióxido de enxofre nas minas:
“É fundamental que as condições do trabalho estejam vinculadas aos impactos ambientais, prestando muita atenção aos possíveis efeitos em termos de saúde física e mental das pessoas envolvidas, bem como de segurança.”
2. Trabalho digno e a segurança alimentar
Os números de pessoas sofrendo com altos níveis de insegurança alimentar aguda tem aumentado: em 2023 foram mais de 280 milhões de pessoas em 59 países, exigindo um auxílio assistencial urgente:
“Os desastres naturais e as condições meteorológicas extremas, agora intensificadas pelas mudanças climáticas, além dos choques econômicos, são outros fatores importantes que determinam a insegurança alimentar que, por sua vez, estão ligados a algumas vulnerabilidades estruturais, como a pobreza, a alta dependência de importações de produtos alimentícios e a infraestrutura precária.”
Muitas são as pessoas que emigram em busca de trabalho ou são forçadas a fazê-lo, vistas como “cidadãos de segunda categoria”, um problema e um fardo para os custos de uma nação. A preocupação do Santo Padre diante disso é a queda na taxa de natalidade dos países anfitriões, que poderia ser amenizada com o melhor acolhimento aos migrantes:
“Gostaria de destacar a baixa natalidade. Esses países ricos não têm filhos: todos têm um cachorrinho, um gato, todo mundo; mas não têm filhos. E a desnatalidade (taxa de nascimento menor que de mortalidade) é um problema, e a migração vem para ajudar na crise que causa a desnatalidade. Esse é um problema muito sério.”
4. Trabalho digno e justiça
Uma questão complexa que precisa encontrar respostas adequadas para frear as desigualdades sociais, inclusive no que diz respeito às relações de trabalho e aos direitos fundamentais dos trabalhadores:
“Essa palavra, justiça social, que veio com as encíclicas sociais dos Papas. É uma palavra que não é aceita pela economia liberal, pela economia de ponta. A justiça social”.
Levando em conta a interdependência entre o trabalho e o meio ambiente, trata-se de repensar os tipos de trabalho que devem ser promovidos para cuidar da Casa Comum, especialmente com base nas fontes de energia que eles exigem:
“O mundo precisa de um compromisso renovado, de um novo pacto social que nos una — gerações mais velhas e gerações mais novas — para o cuidado da criação e para a solidariedade e a proteção mútua dentro da comunidade humana”, conclui o Papa.
:: Papa Francisco: O trabalho é participação na própria obra da Salvação
Fonte: Vatican News
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