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Santo Padre

Oito pontos a destacar em oito anos do Pontificado de Francisco

Escrito por Eduardo Gois

09 MAR 2021 - 14H35 (Atualizada em 12 MAR 2021 - 11H28)

Parece que foi ontem que a fumaça branca alegrou a todos os católicos com o anúncio de um novo Papa para a Igreja. Era o dia 13 de março de 2013 e o Cardeal Argentino Jorge Mario Bergoglio se apresentava a todos os fiéis como uma grande surpresa. Deste tempo para cá, ele tem se mostrado como um Pontífice que se destaca em várias áreas e um ser humano que dá testemunho pelo seu exemplo, não só como religioso e ocupante da cadeira principal do ministério petrino, mas também como chefe de Estado.

Sobre estes oito anos de pontificado do Papa Francisco, o 266º Papa, o A12 conversa com Padre Arnaldo Rodrigues. Na conversa, destacam-se temas como o Papa midiático, o Santo Padre que valoriza idosos, mulheres, migrantes, refugiados, minorias, o Pontífice que acolhe casais de 2ª união, homossexuais, indígenas, etc., a Encíclica ‘Laudato Si', o Sínodo para Amazônia, reformas e transparência na cúria Romana, os novos santos e beatos, além de diálogo ecumênico e inter-religioso e as viagens apostólicas.

Leia MaisA devoção do Papa Francisco a São José1. Papa Midiático

O primeiro ponto a destacar é a criação do Dicastério para a Comunicação, que cuida especificamente da Rádio Vaticano, o Jornal L'osservatore Romano, site e livrarias. Com o Papa Francisco tudo se unificou e se transformou. O Dicastério é uma divisão da Cúria Romana com autoridade sobre todos os escritórios de comunicação da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano. Ele foi criado em 2015. "A sua imagem fala muito e fala muito mais do que qualquer palavra. É um Papa com um bom relacionamento com a imprensa, abertura, não tem medo de falar, é muito espontâneo e quebra protocolos. É algo muito importante porque fala-se muito pelas imagens, pela espontaneidade. Então jornalistas e fotógrafos conseguem pegar sempre o melhor ângulo", aponta Padre Arnaldo.

2. Acolhimento

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Na Igreja, às vezes algumas pessoas passam por experiências de discriminação, mas o Papa Francisco mostra exatamente uma face de uma Igreja que acolhe, uma Igreja que não tem medo de encarar os problemas, que fala abertamente das realidades de dentro e de fora. "Quando o Papa fala sobre o tráfico humano, quando fala sobre abuso das crianças, sobre homossexualidade, sobre as diversas realidades políticas, fala como uma instituição que também tem deveres e direito de participar dessa realidade". 

3. Encíclica Laudato Si

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Além disso, o Papa tem abertura para falar sobre a natureza, o planeta, cobrar responsabilidades coletivas. Explica e cita: “Não haverá paz enquanto não houver o cuidado”, mensagem sempre repetida pelo Papa.

4. Sínodo da Amazônia

Polyana Gonzaga
Polyana Gonzaga

Quando o Papa propõe uma discussão sobre a realidade da Amazônia, recorda-se a responsabilidade que deve-se ter com os povos que ali vivem, com a flora e a fauna. Na avaliação do padre, muitas vezes o Sínodo foi mal interpretado, foi mal julgado por pessoas que nem leram documento e nem procuram entendê-lo de forma macro, mas somente de forma muito pontual. "Eu destaco no Sínodo da Amazônia é que nós devemos principalmente nos aprofundarmos nele e relembrar que o Papa mais uma vez chama a cuidar da Casa junto com ele", diz.

5. Reformas e transparência

Padre Arnaldo explica que, apesar de o Papa Francisco ser apontado como um grande reformador, tais condutas são comuns a outros papas, principalmente os últimos. O que se faz diferente desta vez é uma maior cobertura midiática e curiosidade sobre esta temáticas. De acordo com o sacerdote, outros Papas, como Bento XVI e João Paulo II, também realizaram muitas reformas e procuraram ser transparentes em diversas pautas ao longo da história.

6. Santos e Beatos

Polyana Gonzaga
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Canonização de Irmã Dulce no Vaticano


Papa Francisco também é apontado como um dos Papas que mais canonizou e beatificou, vale citar, cerca de 900 santos até 2020. Porém, Padre Arnaldo aponta outro aspecto que julga ser mais relevante. "Mais do que pensar quem foi o Papa que canonizou mais, devemos prestar atenção que, neste período moderno, temos muitos brasileiros que foram responsáveis pelas causas das beatificações e canonizações desses grandes Santos, como Madre Tereza de Calcutá, Santa Dulce e tantos outros santos e santas. Foram muitos, principalmente em alguns casos em que ele canonizou grupos de pessoas ao mesmo tempo", explica. 

7. Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso

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Padre Arnaldo destaca que o mais importante é você conhecer bem e se firmar na fé, na identidade religiosa, mas nunca deixar de ter a capacidade de diálogo. "Bento XVI já falava que a fé não é uma imposição, mas é uma proposta. Nós fazemos uma proposta e as pessoas escolhem fazer a adesão".

8. Viagens

Gustavo Cabral
Gustavo Cabral

Entre 33 viagens apostólicas, Padre Arnaldo escolheu uma que simboliza todas. Na viagem ao Iraque, Francisco se coloca como um mensageiro ou um peregrino da paz, que estreita diálogos. "Ele dá uma palavra de unidade, renova a esperança das comunidades, dá uma oportunidade de encontro com o outro e, com as outras culturas, eleva novamente o ânimo e a esperança. Ele tem aquele olhar atento para o indivíduo até mesmo dentro da massa", aponta. 

.:: Veja abaixo a entrevista na íntegra com Padre Arnaldo Rodrigues 


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