Santo Padre

Papa alerta novamente sobre os perigos do poder descontrolado sobre a natureza

Na mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, o Papa Francisco fala sobre os limites do poder humano

Escrito por Redação A12

28 JUN 2024 - 10H13 (Atualizada em 28 JUN 2024 - 11H00)

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“Espera e age com a criação” é o tema do Dia de Oração pelo Cuidado da Criação, que será celebrado no dia 1º de setembro.

A mensagem do Papa Francisco para este evento foi divulgada na quinta-feira (27). Ele se baseia na Carta de São Paulo aos Romanos 8, 19-25. São Paulo fala sobre a importância de viver com fé e esperança, confiando na salvação através de Cristo.

Para Francisco, a esperança ajuda a enfrentar as dificuldades e a não desanimar nos momentos difíceis ou diante da crueldade humana. A esperança cristã, segundo o Papa, não engana, mas também não é uma ilusão. Ele afirma que a criação está sofrendo, algo que podemos ver através das injustiças, guerras que matam crianças, destroem cidades e poluem o meio ambiente.

O Papa explica que a luta dos cristãos está conectada ao sofrimento da criação, que é piorado pelos abusos humanos contra a natureza. Ele reforça o pedido para que as pessoas mudem seus estilos de vida, evitando a degradação do meio ambiente e mostrando que a mudança é possível.

Essa mudança, segundo Francisco, é passar da arrogância de querer dominar os outros e a natureza para a humildade de cuidar dos outros e da criação. Ele cita a Exortação Apostólica Laudate Deum:

“Um ser humano que pretenda tomar o lugar de Deus torna-se o pior perigo para si mesmo”.

Reprodução/ Vatican News
Reprodução/ Vatican News

O Papa sugere que se repense o poder humano, seu significado e seus limites, pois um poder descontrolado “gera monstros e volta-se contra nós mesmos”. Francisco também destaca a necessidade de estabelecer limites éticos ao desenvolvimento da inteligência artificial, que pode ser usada para dominar o homem e a natureza, em vez de servir à paz e ao desenvolvimento integral.

O homem deve ser um “cultivador” do jardim, não um “predador”. A tradição judaico-cristã lembra que a terra está confiada ao homem, mas pertence a Deus. Dominar a natureza e manipulá-la é uma forma de idolatria.

Francisco escreve:

“É o homem embriagado com o seu próprio poder tecnocrático, que com arrogância coloca a terra numa condição de ‘des-graça’, isto é, privada da graça de Deus.”

Para ele, proteger a criação não é apenas uma questão ética, mas teológica: envolve o relacionamento entre o homem e Deus. Está em jogo não só a vida terrena do homem, mas seu destino eterno.

O Papa lembra que há uma razão teológico-ética que leva os cristãos a promover justiça e paz no mundo, inclusive através do uso justo dos bens. Esperar e agir com a criação significa viver uma fé que se preocupa com o sofrimento e a esperança das pessoas, compartilhando a expectativa da ressurreição em Cristo. Nos dramas humanos, a esperança deve ser testemunhada. Francisco afirma que, se alguém sonha, “então que sonhe com os olhos abertos, animados por visões de amor, fraternidade, amizade e justiça para todos”.

Fonte: Vatican News

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