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O Papa Francisco recebeu, no Vaticano, na manhã do último sábado (26) uma delegação que o entregou o prêmio “Jornalismo”.
O Pontífice explicou que receber esse prêmio foi uma exceção, já que mesmo antes de se tornar Bispo de Roma, recusava prêmios, o que continuou a fazer desde que se tornou Papa.
Ele explicou o motivo que o levou a mudar de ideia:
“A urgência de uma comunicação construtiva que favoreça a cultura do encontro e não do desencontro, da paz e não da guerra, da abertura aos outros e não do preconceito”, disse.
O Santo Padre aproveitou a oportunidade e, citando a esperança, fez um pedido para a delegação de expoentes do jornalismo italiano, que o entregou o prêmio.
“A esperança é que o ‘princípio da realidade’ seja cada vez mais redescoberto e cultivado: a realidade e o dinamismo dos fatos, que nunca são imóveis, mas evoluem sempre para o bem ou para o mal, para não correr o risco de a sociedade da informação se transformar em uma sociedade da desinformação”, falou.
O Pontífice falou sobre isso cada um desses pecados. “Desinformação, quando o jornalismo não informa ou informa mal; a calúnia - tantas vezes usada; a difamação, que é diferente da calúnia, mas destrói; e o quarto é a coprofilia, ou seja, o amor pelo escândalo, pela sujeira. O escândalo vende. E a desinformação é o primeiro dos pecados, os erros - digamos assim - do jornalismo”.
Francisco falou sobre a necessidade de difundir uma cultura do encontro, do diálogo, da escuta do outro e das suas razões.
De acordo com o Papa, a cultura digital oferece-nos tantas novas possibilidades de intercâmbio, mas também corre o risco de transformar a comunicação em slogans. Francisco expressou sua preocupação, por exemplo, pelas manipulações dos que propagam, de modo egoístico, falsas notícias para orientar a opinião pública. Por isso, pediu, encarecidamente, o favor de não ceder à lógica da contraposição e não se deixar condicionar pelas linguagens do ódio.
Após expressar a sua “esperança” aos líderes do jornalismo italiano, Francisco referiu-se ao seu “pedido de ajuda”, sobretudo, neste tempo, em que se fala muito e se escuta pouco, em que o sentido do bem comum corre o risco de enfraquecer.
“Toda a Igreja empreendeu um caminho para redescobrir a palavra ‘juntos: caminhar juntos, interrogar-se juntos, assumir juntos um discernimento comunitário, que, para nós, é oração, como fizeram os primeiros Apóstolos: sinodalidade, que pudesse se tornar um costume diário, em todas as suas expressões”, finalizou o Papa.
.:: Veja a biografia especial do A12 sobre o Papa Francisco
Fonte: Vatican News
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