Na última quinta-feira (20), Papa Francisco conversou de forma on-line com jovens universitários asiáticos que participaram do evento “Building Bridges Across Asia Pacific” (Construindo pontes na Ásia-Pacífico), organizado pela Universidade Loyola de Chicago e pela Pontifícia Comissão para a América Latina.

O encontro on-line com os jovens abordou perguntas direcionadas ao Santo Padre e reflexões sobre esperança e fé. Em uma de suas frases neste encontro, Francisco destacou a importância do foco na fé.

“Permaneçam sempre fiéis às suas convicções e mesmo que vocês sejam tentados a viver uma fé morna porque os outros os atormentam, permaneçam fiéis à sua identidade e permaneçam fortes como os mártires cristãos que foram perseguidos”.

A iniciativa “Construindo pontes na Ásia-Pacífico” foi lançada pela Universidade Loyola de Chicago e trata-se de uma série de eventos inspirados no apelo de Francisco à sinodalidade. Leia MaisPapa: “Jesus Cristo é o coração do ecumenismo”“Vocês rezam com os salmos algumas vezes?”, convida o Papa

O primeiro encontro aconteceu em fevereiro de 2022, intitulado “Building Bridges North-South” (Construindo Pontes Norte-Sul). Já o segundo, “Building Bridges Across Africa” (Construindo Pontes na África), foi realizado em novembro do mesmo ano e envolveu estudantes de toda a África Subsariana.

Os estudantes tiveram a oportunidade de fazer perguntas ao Santo Padre, às quais ele respondeu com conselhos, preocupações e sugestões. Francisco falou ao primeiro grupo de jovens sobre o sentimento de “pertença” à sociedade e como isso aumenta nossa segurança em nós mesmos e em nossa dignidade humana.

“Todos esses fatores nos salvam da vulnerabilidade, porque os jovens de hoje são muito vulneráveis. Devemos sempre defender esse sentido de pertença para evitar a vulnerabilidade. Vejam onde vocês são mais vulneráveis e peçam ajuda a alguém”.

O Papa também falou sobre saúde mental, discriminação, estigmatização e identidade, convidando a testemunhar e a seguir em frente.

“Concentrem-se na sua identidade”, disse o Papa, incentivando todos os presentes a sempre colaborarem entre si e permanecerem unidos.

Ele ainda denunciou todos os estigmas que diminuem a dignidade das pessoas, lamentando o fato de as mulheres serem, por vezes, consideradas cidadãs de segunda classe, e lembrou que isto não é verdade.

“A grandeza das mulheres não deve ser esquecida. As mulheres são melhores que os homens em termos de intuição e capacidade de construir comunidades”.

Papa reforçou o apelo para que nenhuma pessoa seja excluída, recordando as palavras de um estudante que falou sobre gênero e, ao mesmo tempo, mencionou a elevada taxa de HIV nas Filipinas.

“Devemos garantir que a assistência à saúde esteja preparada para tratar e ajudar todas as pessoas, sem exclusões”.

O Papa também reconheceu quão difícil pode ser para os jovens cristãos participarem e “pertencerem” à sociedade. Ele os incentivou a manterem a sua fé e também os seus corações ligados à oração.

“Isso irá ajudá-los nesse aspecto e permitirá que vocês se comprometam sempre de forma mais eficaz com os outros”.

Papa explicou aos jovens que ao serem questionados ou ridicularizados quando falam sobre sua fé, devem se manter firmes.

“Sejam sempre firmes nas suas convicções”.

O Pontífice reafirmou ainda sobre a importância das crianças e jovens serem educadas na fé, crescendo e se tornando cristãos autênticos e verdadeiros.

“O fato é este: os cristãos foram perseguidos desde o início. Embora possa ser tentador ter um cristianismo diluído e morno, devemos ser sólidos e viver uma espécie de martírio, neste sentido”.

Fonte: Vatican News