Neste domingo (13), Papa Francisco rezou a tradicional oração do Angelus junto aos fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.

Comentando sobre a passagem do Evangelho de Marcos, onde um homem rico pergunta a Jesus como herdar a vida eterna, o Pontífice destacou que todos buscamos a felicidade, mas enfatizou que a verdadeira felicidade não está nas riquezas, mas sim em "arriscar o amor", doando tudo aos pobres e seguindo Jesus.

No texto do Evangelho, "um homem rico corre ao encontro de Jesus e lhe pergunta: 'Bom Mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?'. Jesus o convida a deixar tudo e segui-lo, mas o homem, entristecido, vai embora porque possuía muitos bens". 

Francisco então analisa a atitude do homem: "Podemos ver os dois movimentos desse homem: no início, ele corre, para ir até Jesus; no final, porém, ele vai embora triste". Em seguida, explica o comportamento.

"Em primeiro lugar, esse homem vai a Jesus correndo. É como se algo em seu coração o impelisse: de fato, embora tenha muitas riquezas, ele está insatisfeito, carrega uma inquietação dentro de si, está em busca de uma vida mais plena".

O Papa ainda acrescentou que esta é atitude de muitas pessoas, que diante da dificuldade buscam a Deus, mas quando Ele propõe uma “terapia”, as pessoas fogem. Ele voltou ao exemplo do texto e disse:

"O homem fica com o rosto triste e vai embora! Tão grande e impetuoso foi o desejo de encontrar Jesus, quão frio e rápido foi o afastamento Dele".

Com sabedoria, o pontífice afirmou que todos nós carregamos no coração uma necessidade profunda de felicidade e de uma vida cheia de significado, mas, muitas vezes, caímos na ilusão de que a resposta está em colecionar bens materiais e seguranças terrenas.

É preciso compreender que Jesus nos guia de volta à verdade de nossos desejos, revelando que o bem que realmente devemos buscar é Deus, seu amor por nós e a vida eterna que somente Ele pode nos oferecer.

De acordo com o Papa, "a verdadeira riqueza é sermos olhados com amor por Ele, como Jesus faz com aquele homem, e amarmos uns aos outros fazendo de nossa vida um dom para os outros".

Jesus nos convida a “arriscar o amor”. Quando falamos sobre vender tudo para dar aos pobres, vai além do ato de vender bens materiais, é preciso refletir sobre o que esta frase nos convida a fazer: “despojar-nos de nós mesmos e de nossas falsas seguranças, estar atentos aos necessitados e compartilhar nossos bens, não apenas coisas, mas o que somos: nossos talentos, nossa amizade, nosso tempo e assim por diante”.

Ao final de sua reflexão, Papa Francisco nos convida a um questionamento particular:

"Irmãos e irmãs, aquele homem rico não quis arriscar o amor e foi embora com o rosto triste. E nós? Perguntemo-nos: a que o nosso coração está apegado? Como saciamos nossa fome de vida e felicidade? Sabemos partilhar com quem é pobre, com quem está em dificuldade ou precisa de um pouco de atenção, de um sorriso, de uma palavra que o ajude a reencontrar a esperança? Lembremo-nos disto: a verdadeira riqueza não são os bens deste mundo, mas ser amados por Deus e aprender a amar como Ele".

E concluiu pedindo a "intercessão da Virgem Maria para nos ajudar a descobrir o tesouro da vida em Jesus".

Fonte: Vatican News