Na última quarta-feira (08), na Praça São Pedro, em sua catequese o Papa Francisco se inspirou na figura do ancião Nicodemos, dando continuidade ao ciclo de mensagens sobre a velhice. O Pontífice vem falando sobre a importância da valorização e dos aprendizados que a velhice proporciona já há algum tempo.
Nicodemos é uma das pessoas idosas mais relevantes nos evangelhos, ele foi um dos chefes dos Judeus. Quando Jesus diz que é preciso “nascer do Alto”, Nicodemos apresenta como objeção a velhice.
Mas na palavra de Jesus em resposta a esta objeção, descobrimos que a velhice não é um obstáculo a este novo nascimento, mas sim um momento de aprendizado e oportuno para compreender sobre ele.
Leia MaisPapa pede a valorização dos idosos: “A velhice é um dom para todas as idades”Francisco fez observações sobre esta objeção e diz que ela é muito instrutiva, pois a atualidade e a nossa cultura mostram uma tendência preocupante para considerar o nascimento de um filho como uma simples questão de produção e reprodução biológica do ser humano e cultivam então o mito da juventude eterna como a obsessão da carne incorruptível.
Papa lembrou que a velhice faz com que as pessoas se despeçam do mito da “eterna juventude”, porque esse mito faz com elas pensem ser eternamente jovens no corpo. Ele destacou que devemos sim nos preocupar com o bem estar e a saúde, mas não alimentar esse mito com inúmeras cirurgias e tratamentos estéticos.
O pontífice mencionou uma frase da atriz Anna Magnani, que não queria que suas rugas fossem tocadas, já que havia levado uma vida inteira para tê-las.
“É isto: as rugas são um símbolo da experiência, um símbolo da vida, um símbolo da maturidade, um símbolo do caminho percorrido. Não tocá-las para se tornar jovens, mas jovens no rosto: o que interessa é toda a personalidade, o que interessa é o coração, e o coração permanece com aquela juventude do vinho bom que quanto mais envelhece, melhor fica.”
Francisco reforçou que os idosos guardam grandes ensinamentos e que são os mensageiros da ternura. Porque os idosos estão um tempo a frente dos jovens e podem nos ensinar muito.
“Os idosos são os mensageiros do futuro, os mensageiros da ternura, os mensageiros da sabedoria de uma vida vivida. Vamos em frente e olhemos para os idosos”.
Fonte: Vatican News
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