Uma das primeiras preocupações do Papa Francisco, logo no mês seguinte ao de sua escolha, em 2013, foi a tendência de a Igreja retroceder à caminhada do Concílio Vaticano II (1962-1965), que marcou um tempo de grandes renovações. Em 16 de abril de 2013, exatos um mês e três dias que havia iniciado seu pontificado, numa homilia na Capela de Santa Marta, Francisco afirmou:
“Há resistência na Igreja à ação do Espírito Santo; não queremos mudar, mas há vozes que querem voltar atrás”.
Após reafirmar, por diversas vezes, essa preocupação ao longo de seu pontificado, mais recentemente, em setembro passado, falando para seus coirmãos jesuítas, por ocasião de sua visita à Eslováquia, Francisco manifestou mais uma vez a sua preocupação do que ele chamou de “ideologia do voltar atrás”.
A tentação de “voltar atrás” é uma ideologia que coloniza as mentes
Francisco reconhece de que essa tendência de recuo na caminhada da Igreja não é um problema universal, mas específico das Igrejas de alguns países. Sobre a causa que contribui para esse retrocesso, ele afirma que é o medo da liberdade:
“A liberdade assusta-nos. Num mundo tão condicionado pelas dependências e pela virtualidade, temos medo de ser livres. O medo provoca a 'procura de segurança no passado', ao invés de celebrar diante do povo de Deus, que nos encara e nos diz a verdade”.
Ao citar alguns desafios aos quais a Igreja é chamada a se posicionar, o Papa citou dois assuntos tratados por ocasião do último Sínodo sobre as famílias: ‘os casais em segunda união’ e a ‘diversidade sexual’:
“Os casais em segunda união já não estão condenados ao inferno e temos medo de acompanhar as pessoas com diversidade sexual”.
Os pregadores rigorosos, “guardiões da verdade” que apresentam formas do passado
Fazendo reflexões em sua catequese e atualizando a Carta aos Gálatas, em junho deste ano, o Papa afirmou que a realidade da Carta “não está longe da experiência que vários cristãos vivem em nossos dias”. Foi claro ao apresentar um dos sintomas: “a rigidez diante da pregação do Evangelho”.
Leia MaisPapa: Acolher significa abrir a porta da casa e do coraçãoCitou alguns que ocupam os meios de comunicação com pregações rigorosas e soluções para as crises:
“Ainda hoje, não faltam pregadores que, especialmente através dos novos meios de comunicação, podem perturbar as comunidades.
Apresentam-se não para anunciar o Evangelho de Deus que ama o homem em Jesus Crucificado e Ressuscitado, mas para reiterar com insistência, como verdadeiros guardiões da verdade, assim se consideram, qual é a melhor maneira de ser cristão”.
E apresentam 'o verdadeiro cristianismo’ identificado com formas do passado. Francisco diz que esses “novos pregadores não sabem o que é humildade nem fraternidade; não conhecem a mansidão nem a obediência”.
A reação equilibrada do Papa frente aos que pensam diferente
Respondendo a um jesuíta da Eslováquia, sobre a reação das pessoas diante de temas polêmicos sobre os quais ele é chamado a colocar a posição da Igreja, Francisco responde:
“Existe uma grande televisão católica que fala constantemente mal do Papa. Pessoalmente, posso merecer ataques e injúrias, pois sou pecador, mas a Igreja não merece isto. Existem também clérigos que fazem comentários negativos sobre mim. Às vezes, perco a paciência, quando fazem julgamentos sem entrar num verdadeiro diálogo. Em tal caso, nada posso fazer. No entanto, continuo sem entrar no mundo de ideias e fantasias. Eu não quero entrar nisto, e é por isso que prefiro pregar, pregar..."
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