Leia MaisEntrevista: Superior Geral Redentorista detalha encontro com o PapaGoverno Geral Redentorista se reúne com o Papa Francisco no VaticanoO pontificado do Papa Francisco completa, nesta segunda-feira (13), dez anos.
Dez anos desde que os cardeais do mundo todo se reuniram na Capela Sistina, no dia 13 de março de 2013, para decidirem por eleger o primeiro Santo Padre latino-americano da história.
A fumaça branca apareceu no alto da lendária Capela às 15h – horário de Brasília, naquela quarta-feira de dez anos atrás.
Antes, durante as quatro outras tentativas, os cardeais não chegaram a um acordo. O mundo e os milhares de fiéis aglomerados na Praça de São Pedro, no Vaticano, viram a fumaça preta se misturar à chuva daqueles dias de frio, em Roma.
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O argentino Jorge Mario Bergoglio foi escolhido por 115 cardeais que integravam o Conclave para ocupar o trono de Pedro, vago desde a renúncia de Bento XVI no mês anterior daquele ano.
Religioso da ordem dos jesuítas, Bergoglio foi o primeiro latino-americano a se tornar Papa. Numa referência a São Francisco de Assis, reconhecido pelo seu trabalho junto aos pobres, escolheu o nome Francisco.
O nome do santo de Assis foi escolhido com a ajuda do Cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes.
No momento em que a votação começava a dar sinais de que Bergoglio seria eleito Papa, Dom Cláudio Hummes, disse-lhe: “Não se esqueça dos pobres”. O então cardeal argentino guardou no coração a palavra do amigo brasileiro e tomou para si o nome do santo.
Ao falar sobre a escolha do seu nome, enfatizou que queria uma “Igreja pobre e para os pobres!”.
A perspectiva do seu pontificado partiu de baixo, com uma maior atenção às "periferias" existenciais e geográficas do mundo, como ponto de partida do seu modo de ser e agir.
Ao convidar os fiéis a retomar o frescor original do Evangelho, pediu-lhes um maior fervor e dinamismo, para que o amor de Jesus pudesse chegar realmente a todos. A Igreja que Bergoglio queria era uma Igreja “em saída”, de portas abertas, um hospital de campanha, sem temer a “revolução da ternura e o milagre da delicadeza”.
A força simbólica da escolha do nome Francisco encontrou sua primeira encarnação explícita já na primeira aparição pública de Francisco e nas primeiras palavras do novo Pontífice, naquele mesmo 13 de março de 2013.
A simplicidade e o impacto do “Papa do fim do mundo” em seu primeiro discurso foram uma prévia do que seriam os próximos dez anos de pontificado.
Francisco saiu detrás das grossas cortinas da varanda da Basílica de São Pedro sem a tradicional estola utilizada por outros Papas. Simples, hesitante e emocionado, saudou as pessoas de modo singelo e quase envergonhado, com um leve aceno com a mão direita.
Ao microfone, disse suas primeiras e históricas palavras.
“Fratelli e sorelle, buonasera” (“Irmãos e irmãs, boa noite”).
Uma saudação tão corriqueira e pouco solene à primeira vista, quanto extremamente densa e significativa, de acordo com Moisés Sbardelotto, Professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, pois abalava toda expectativa régia, monárquica em relação ao novo Papa, estabelecendo uma interação “familiar” com as pessoas presentes na praça e também com aquelas do mundo inteiro reconhecendo-as como “irmãos e irmãs”.
Logo após essas palavras, Francisco subverteu a tradicional bênção papal Urbi et Orbi (sobre a cidade e sobre o mundo), ao dizer:
“E agora gostaria de dar a bênção, mas antes… antes, peço-lhes um favor: antes que o Bispo abençoe o povo, peço-lhes que rezem ao Senhor para que me abençoe; a oração do povo, pedindo a bênção para o seu bispo. Façamos em silêncio essa oração de vocês por mim”.
E inclinou-se diante do povo. Uma atitude também histórica.
Com o gesto, o Papa desviava o foco do momento para os fiéis. Estabelecia-se um processo de comunicação que desconcertou e subverteu até mesmo o jogo de câmeras do Centro Televisivo Vaticano: quem seria o protagonista desses poucos instantes de silêncio? Em quem focar a imagem? O que iria acontecer em seguida?
Naqueles “vinte intermináveis segundos” – como afirmou o então diretor do Centro Televisivo Vaticano, Mons. Dario Edoardo Viganò, em seu livro “Irmãos e irmãs, boa noite! O Papa Francisco e a nova comunicação da Igreja” (Vozes, 2017).
“As televisões do mundo inteiro não podiam fazer outra coisa senão transmitir o espetáculo potentíssimo de uma multidão […] imersa em um silêncio carregado de emoção. Um silêncio completamente antitelevisivo”, diz o livro.
Um silêncio poderosamente comunicativo.
Ao encerrar a noite, Francisco disse:
“Boa noite e bom descanso!”.
Simples e natural.
Ali, inaugurava-se uma nova forma de comunicação papal e, por consequência, eclesial: aberta, direta e informal – propriamente “popular”, apesar de toda a formalidade do protocolo Vaticano – entre pessoas que compartilhavam os mesmos desejos e necessidades, como dormir e descansar.
A forma inédita no modo de falar e os gestos iniciais de Francisco, justo em sua primeira aparição como sucessor de Pedro, revelou que o Papa eleito começava a transformar profundamente a comunicação da Igreja com a sociedade, que a partir de então passaria a ser marcada pela humanidade, pela concretude e pela normalidade.
Tudo o que veio depois ao longo dessa década de Pontificado foi consequência, primeiramente, da escolha disruptiva de um nome que dava cara a um novo jeito de ser Papa e de praticar o papado e, consequentemente, um novo estilo de relação e comunicação para a própria Igreja com o restante do mundo.
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Fonte: Vatican News
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