Neste sábado (26) o Papa Francisco discursou na Sala Paulo VI, no Vaticano, após a votação e aprovação do Documento Final (disponível, por enquanto, apenas em italiano) da segunda sessão da 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, que ocorre desde o dia 02 de outubro e se encerrará neste domingo (27) com a Santa Missa, no Vaticano, às 6h (horário de Brasília).
A segunda sessão do Sínodo contou com a participação de bispos, padres, diáconos, leigos e leigas, religiosas, religiosos e consagrados, os quais avaliaram os resultados das consultas realizadas nas etapas locais e continentais, além dos pontos decididos na primeira sessão, ocorrida em outubro de 2023.
Acerca do Documento Final, o Santo Padre destacou que é “o resultado de anos, pelo menos três”. “As referências bíblicas que introduzem cada capítulo estruturam a mensagem, entrelaçando-a com os gestos e as palavras do Senhor Ressuscitado, que nos chama a ser testemunhas do seu Evangelho mais com a vida do que com palavras.”
O Papa afirmou que o Documento é um “dom tríplice”, primeiro para ele mesmo, como bispo de Roma, que convocou a Igreja em Sínodo.
“A minha tarefa, bem o sabeis, é — como nos ensina São Basílio — guardar e promover a harmonia que o Espírito continua a difundir na Igreja de Deus, nas relações entre as Igrejas, apesar de todos os cansaços, tensões e divisões que marcam o seu caminho rumo à plena manifestação do Reino de Deus, que a visão do Profeta Isaías nos convida a imaginar como um banquete preparado por Deus para todos os povos. Todos, na esperança de que não falte ninguém. Todos, todos, todos!"
Caminhar juntos como Igreja
O Santo Padre destacou ainda que o Documento é um presente para o Povo de Deus, um dom que deve ser amplamente compartilhado. “O texto”, afirmou Francisco,“perderia muito do seu valor sem o testemunho da experiência vivida”.
Para o Papa, o Documento também é um presente para a comunidade global, pois incentiva o testemunho de que é possível “caminhar juntos na diversidade”. Francisco ressaltou que o Documento é um convite para dar “forma real ao convívio das diferenças” e para que a Igreja se torne um testemunho vivo de paz em tempos de guerra.
Em seguida, o Santo Padre explicou que a partir do que brotou do caminho sinodal decisões deverão ser tomadas:
“Por isso, não tenho intenção de publicar uma ‘exortação apostólica’. No Documento há já indicações muito concretas que podem servir de guia para a missão das igrejas, nos diversos continentes, nos diversos contextos: por isso, coloco-o imediatamente à disposição de todos. Quero, deste modo, reconhecer o valor do caminho sinodal realizado, que através deste Documento entrego ao povo santo de Deus.
Sobre alguns aspectos da vida da Igreja indicados no Documento, bem como sobre os temas confiados aos dez Grupos de Estudo para me apresentarem propostas, é necessário tempo para chegar a escolhas que envolvam toda a Igreja. Por isso, continuarei a escutar os Bispos e as Igrejas que lhes estão confiadas. (...) Não se trata de adiar indefinidamente as decisões. É o que corresponde ao estilo sinodal com que deve ser exercido também o ministério petrino: escutar, convocar, discernir, decidir e avaliar. E nestes passos, são necessárias as pausas, os silêncios e a oração."
Colocar em prática
Francisco deixou claro que a missão da Igreja agora é fazer com que “as palavras partilhadas sejam acompanhadas de atos”, pois tudo o que foi vivido durante o Sínodo "é um dom que não podemos guardar para nós mesmos. O impulso que vem desta experiência, da qual o Documento é um reflexo, dá-nos a coragem de testemunhar que é possível caminhar juntos na diversidade".
O Papa ao mencionar feridas da humanidade, como a violência, pobreza e indiferença afirmou que a Igreja deve ser comprometida com a construção da paz e unida por meio do amor de Deus e Sua esperança.
“Que a harmonia continue mesmo quando sairmos desta sala, e que o Sopro do Ressuscitado nos ajude a partilhar os dons que recebemos.”, finalizou.
Veja algumas fotos da Sessão de encerramento
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Fonte: Vatican News
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