A cada ano o mundo aguarda com expectativa a mensagem de Páscoa do Papa, tendo como fundamento principal o maior acontecimento do cristianismo – a ressurreição de Jesus. E, não apenas como fato histórico digno de fé, mas trazendo em sua essência uma proposta de esperança para a realidade do mundo atual.
Como não poderia ser diferente, a preocupação do santo Padre, nesta Páscoa de 2021, teve como foco de sua mensagem, o contexto mundial da pandemia e suas consequências, mas também com visão na realidade geral, apresentou outras preocupações, principalmente as vítimas das guerras presentes em várias partes do mundo e que foram relacionadas por ele, mostrando o cuidado de pastor com suas ovelhas.
O Ressuscitado, esperança dos que sofrem com a pandemia
Trazendo fundamentos da teologia cristã, o Papa Francisco fortalece a esperança citando a ressurreição de Cristo:
“No meio desta complexa realidade, o anúncio de Páscoa encerra em poucas palavras um acontecimento que dá a esperança que não decepciona - ‘Jesus, o crucificado, ressuscitou’ - e argumenta que não é um pensamento abstrato, mas, assim como tantos que sofrem com a pandemia, o ressuscitado foi 'um homem de carne e osso, com um rosto e um nome: Jesus'”.
Leia MaisComo olhar para a pandemia com uma visão de fé?Mostrando sensibilidade com os diversos grupos envolvidos na pandemia ou vítimas dela, o Papa relaciona alguns deles e pede a solidariedade de todos: os médicos e enfermeiros nas suas fadigas; os doentes e os que perderam entes queridos; as pessoas mais frágeis, que precisam de assistência e têm direito a usufruir dos cuidados necessários; os que perderam o trabalho ou atravessam graves dificuldades econômicas e necessitam de proteção social, e as famílias mais necessitadas.
Os pobres são uma preocupação constante nas mensagens do Papa. Falando da vacina, ele conclama por uma ‘internacionalização da vacina’:
“Exorto toda a comunidade internacional a um empenho compartilhado para superar os atrasos na distribuição das vacinas e facilitar a sua partilha, especialmente com os países mais pobres”.
O Ressuscitado é esperança para os jovens, migrantes e povos em guerra
Jesus ressuscitado é esperança também para tantos jovens que “foram forçados a ficar longos períodos sem ir à escola ou à universidade e sem partilhar o tempo com os amigos. Todos precisamos de viver relações humanas reais e não apenas virtuais”; os migrantes que fogem da guerra e da miséria. Francisco agradece aos “países que acolhem com generosidade os atribulados à procura de refúgio, especialmente o Líbano e a Jordânia, que alojam muitos refugiados em fuga do conflito sírio”.
Leia MaisNovas cruzes não são respostas para pazE, por fim, o Papa pede que o Cristo ressuscitado, nossa paz, faça cessar o “fragor das armas” na Síria, no Iémen, na Líbia; pede que israelitas e palestinos encontrem a força do diálogo e convivam lado a lado como Estados em paz e prosperidade; e que as populações africanas afetadas por violências internas e pelo terrorismo internacional possam encontrar a paz.
Em sua mensagem de encerramento, o Papa Francisco pede que todos abracem “a Cruz, pois Jesus deu sentido aos nossos sofrimentos”. Pede ainda que “rezemos para que os efeitos benéficos daquela cura se espalhem por todo o mundo”. E deseja-nos: “Boa, santa e serena Páscoa!”
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