Na Audiência Geral desta quarta-feira (29), o Papa Francisco iniciou um novo ciclo de catequeses com o tema “O Espírito e a Esposa: O Espírito Santo guia o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança”.
O Santo Padre pretende ensinar, a partir de agora, as três grandes etapas da história da Salvação: o Antigo Testamento, o Novo Testamento e o tempo da Igreja, prometendo não fazer uma “arqueologia bíblica”, mas sim descobrir o que é considerado promessa no Antigo Testamento que foi plenamente realizado em Cristo.
A partir dos primeiros versículos da Bíblia no Livro de Gênesis: “No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1:1-2), o Pontífice explicou que o Espírito aparece como o poder misterioso que faz o mundo sair da escuridão para a harmonia.
“É Ele quem nos faz passar do caos ao cosmos, ou seja, da confusão para algo belo e ordenado. Esse, aliás, é o significado da palavra grega kosmos, assim como da palavra latina mundus, ou seja, algo belo, ordenado e limpo. Porque o Espírito é a harmonia.”
No Novo Testamento, o Pontífice pontuou referências à ação do Espírito Santo presentes nos salmos e fez relação ao citar o apóstolo Paulo, que introduz um novo elemento na relação entre o Espírito e a Criação ao falar de um universo que “geme e sofre como que dores de parto” por causa do homem que se sujeitou ao “cativeiro da corrupção”.
“É uma realidade que nos preocupa de perto e de forma dramática. O Apóstolo vê a causa do sofrimento da criação na corrupção e no pecado da humanidade que a arrastou para a sua alienação de Deus. Isto permanece tão verdadeiro hoje como era então. Vejamos a destruição que a humanidade causou e continua a causar na criação, especialmente naquela parte dela que tem maior capacidade de explorar os seus recursos.”
São Francisco de Assis encontra uma saída para retornar à harmonia do Espírito criador, relembra o Papa, pois mostra o caminho da contemplação e do louvor.
“O Pobrezinho queria que das criaturas subisse um canto de louvor ao Criador: ‘Louvado sejas, ó meu Senhor…’ […] Ninguém se alegrou mais com as criaturas do que Francisco de Assis, que não quis possuir nenhuma delas”.
Por fim, o Pontífice recitou um clamor que a Igreja faz há mais de um milênio: “Vinde, Espírito Criador, visitai as almas dos Vossos, enchei de graça celestial, os corações que criastes”. E concluiu a todos os fiéis: “Peçamos ao Espírito Santo que venha a nós e nos torne pessoas novas, com a novidade do Espírito”.
:: Espírito Santo: amor, verdade e luz da humanidade
Fonte: Vatican News
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