Santo Padre

Papa inicia viagem apostólica em Luxemburgo

Francisco visita país europeu por um dia, e em discurso pede "que Deus conceda sempre um coração alegre e generoso para servir"

Escrito por Redação A12

26 SET 2024 - 13H28 (Atualizada em 27 SET 2024 - 15H03)

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Em sua 46ª viagem apostólica, o Papa Francisco visita Luxemburgo e a Bélgica, de 26 a 29 de setembro, a convite dos Grão-Duques e da Família Real, para discutir temas como paz, migração, emergência climática e o futuro dos jovens.

Luxemburgo e Bélgica são sedes de importantes instituições financeiras e administrativas da União Europeia e ganharam relevância política nos últimos tempos. A paz será o tema central desta peregrinação de Francisco, especialmente em um momento em que a Europa enfrenta o risco de novos conflitos.

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Logos da viagem do Papa para Bélgica e Luxemburgo


A primeira parada foi em Luxemburgo, nesta quinta-feira (26), cujo lema “Pour servir” remete à vida de Cristo, que veio “não para ser servido, mas para servir”. O Santo Padre foi recebido no Palácio Grão-Ducal pelo Grão-Duque de Luxemburgo e, em seguida, se encontrou com o primeiro-ministro.

Logo depois, o Pontífice fez seu primeiro discurso em um encontro com autoridades, representantes da sociedade civil e o Corpo Diplomático no Cercle Cité. O Papa iniciou destacando o papel histórico de Luxemburgo no contexto europeu, um país que, após as invasões e ocupações do século passado, se destacou por seu compromisso com a construção de uma Europa unida e solidária.

O Pontífice sublinhou que, quando prevalece a lógica da violência, os países nas fronteiras dos poderes em conflito acabam sendo severamente afetados. “Por isso, aqueles que detêm autoridade devem se empenhar em negociações honestas, com o propósito de resolver diferenças e construir segurança e paz para todos”, afirmou.

Francisco também abordou a doutrina social da Igreja, ressaltando o cuidado com a criação e a fraternidade como fundamentos do desenvolvimento integral. “Para ser autêntico, o desenvolvimento não deve explorar ou degradar nossa casa comum, nem excluir povos ou grupos sociais.”

O Santo Padre ainda pediu atenção para que as nações mais pobres sejam auxiliadas a superar sua situação, o que pode reduzir de forma eficaz a emigração forçada. Com quase metade de seus habitantes sendo estrangeiros, Luxemburgo é exemplo de acolhimento e integração de migrantes e refugiados.

“Infelizmente, estamos presenciando o ressurgimento de inimizades, inclusive na Europa, que levam a hostilidades e tragédias. O ser humano, às vezes, esquece as lições da história e repete os erros do passado. Para superar essa perigosa rigidez que ameaça as nações, é fundamental que governantes e povos sejam guiados por valores espirituais elevados, capazes de evitar o retorno aos horrores da guerra.”

Ao encerrar seu discurso, Francisco relembrou o lema de sua visita, destacando que servir é a maior nobreza, não só para a Igreja, mas para todos os que ocupam cargos públicos: “Que Deus vos conceda sempre um coração alegre e generoso para servir. Que Deus abençoe Luxemburgo!”

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Seu último compromisso foi o encontro com a Comunidade Católica na Catedral de Notre-Dame, em Luxemburgo. O Santo Padre fez questão de lembrar que a Igreja do país comemora quatro séculos de devoção a Maria e sua padroeira, a Consoladora dos Aflitos e deste fato, se inspirou em seu discurso.

"Consolar e servir são dois aspectos fundamentais do amor que Jesus nos deu, nos confiou como missão e nos indicou como único caminho para a alegria completa".

O Papa baseou seu discurso nestas três palavras: serviço, missão e alegria. A propósito do serviço, o Pontífice recomendou o acolhimento. "Neste campo, o vosso país tem e mantém viva uma tradição secular. Sim, o espírito do Evangelho é um espírito de acolhimento, de abertura a todos, e não admite nenhum tipo de exclusão. Encorajo-vos, portanto, a permanecer fiéis a esta herança, continuando a fazer do vosso país uma casa amiga para quem quer que bata à vossa porta em busca de ajuda e hospitalidade".

Sobre a missão, o Papa afirmou que "numa sociedade secularizada, a Igreja evolui, amadurece, cresce. Não se fecha em si mesma, triste, resignada, ressentida; antes pelo contrário, fiel aos valores de sempre, aceita o desafio de redescobrir e reavaliar de um modo novo os caminhos de evangelização, passando cada vez mais de uma simples lógica de cura pastoral a um anúncio missionário".

Por fim, a alegria. O Pontífice recordou a experiência da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, ressaltando que a nossa fé "é alegre, “dançante”O Papa recordou "a procissão da primavera, na língua local Springprozession", uma tradição de Luxemburgo que tem lugar em Pentecostes, em Echternach, em memória do trabalho missionário de São Vilibrordo no país, "testemunhando com entusiasmo, em memória do santo Pastor, como é belo caminhar juntos e descobrindo todos como irmãos em torno da mesa do nosso Senhor".

Depois de um dia em Luxemburgo, o Papa chegou à Bélgica no início da noite, onde foi recebido pelo núncio apostólico e pelo chefe de protocolo belga, sendo posteriormente acolhido pelo Rei, a Rainha e duas crianças que lhe ofereceram flores. O lema da visita à Bélgica, “En route, avec Espérance” (“No caminho, com esperança”), simboliza o convite a caminhar juntos na trajetória do país e no caminho de Jesus Cristo, nossa esperança.

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Fonte: Vatican News

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