Autoridades, sociedade civil e o corpo diplomático receberam o Papa Francisco no Palácio Presidencial, em Juba, no Sudão do Sul, na tarde desta sexta-feira (3). A presença neste território é a segunda etapa da 40ª Viagem Apostólica do Pontificado. A temperatura local na hora da chegada estava por volta dos 36°C, contrastando com o frio no continente europeu.
Leia MaisPapa Francisco anuncia duas novas nomeações Em entrevista, Papa Francisco fala sobre Bento XVI, renúncia e sua saúdeO Santo Padre, nesta caminhada ecumênica pela paz, está acompanhado pelo arcebispo de Cantuária, Justin Welby, primaz anglicano inglês, e pelo moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia, Iain Greenshields.
“De fato, empreendemos esta peregrinação ecumênica de paz depois de ter escutado o clamor de um povo inteiro que, com grande dignidade, chora pela violência que padece, pela perene falta de segurança, pela pobreza que o aflige e pelos desastres naturais que o assolam” , disse o Papa no início de seu discurso.
Fim da violência
Francisco fez um apelo para que o povo sudanês faça parte da regeneração da vida social, como fontes transparentes de prosperidade e de paz.
“Senhor presidente, senhores vice-presidentes, em nome de Deus, do Deus a Quem rezamos juntos em Roma, do Deus manso e humilde de coração em Quem tanta gente deste querido país acredita, é a hora de dizer chega…
Sem 'se' nem 'mas': chega de sangue derramado, chega de conflitos, chega de violência e recíprocas acusações sobre quem as comete, chega de deixar à mingua de paz este povo dela sedento. Chega de destruição; é hora de construir! Deixe-se para trás o tempo da guerra e surja um tempo de paz!”.
Uma intensa programação marca a visita do Papa ao país que se conclui no domingo (5) e que tem por lema “Para que todos sejam um”, extraída do Evangelho de João, capítulo 17. A esperança é que a presença dos três líderes religiosos possa ajudar a selar definitivamente o acordo de paz no país, nascido oficialmente em 9 de julho 2011, após a separação do Sudão.
"Não basta chamar-se República; é preciso sê-lo, começando pelos bens primários: os abundantes recursos com que Deus abençoou esta terra não sejam reservados a poucos, mas privilégio de todos; e, aos planos de retomada econômica, correspondam projetos para uma distribuição equitativa das riquezas", enfatizou.
Respeito pelos direitos humanos
Francisco ressalta que é fundamental o desenvolvimento democrático. A democracia pressupõe o respeito dos direitos humanos, e em particular a liberdade de expressar as próprias ideias.
"Este é o caminho: respeitar-se, conhecer-se, dialogar. Acolher os outros como irmãos e dar-lhes espaço, inclusive sabendo recuar alguns passos. Esta atitude, essencial para os processos de paz, é indispensável também para o desenvolvimento coeso da sociedade.
Passar da incivilidade do conflito à civilidade do encontro decisivo é o papel que podem e querem desempenhar os jovens. Sejam mais envolvidas nos processos políticos e decisórios também as mulheres, as mães, que sabem como se gera e guarda a vida".
Veja a chegada do Papa Francisco no Sudão do Sul
Fonte: Vatican News
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