O Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos apresentou o documento “O Bispo de Roma”, criado a partir de diálogos ecumênicos que buscam uma compreensão compartilhada do papel do Papa.
O documento vem de um processo que foi iniciado pelo Papa São João Paulo II após o Concílio Vaticano II, como forma de encontrar um modo de organizar o exercício papal que seja aceito por todas as igrejas cristãs, refletindo a comunhão dos primeiros séculos.
Entre as sugestões práticas, destaca-se uma nova interpretação dos ensinamentos do Concílio Vaticano I, adaptada ao contexto atual. Propõe-se também uma maior clareza nas responsabilidades do Bispo de Roma, diferenciando seu papel patriarcal e primacial. Além disso, enfatiza-se o desenvolvimento da sinodalidade, envolvendo todo o Povo de Deus nos processos sinodais e promovendo a “comunhão conciliar” com encontros regulares entre líderes da Igreja.
Para o Vaticano, este documento é um passo significativo para um diálogo mais profundo e abrangente sobre a unidade cristã e o papel do Papa, refletindo um compromisso contínuo com a busca de uma compreensão comum e uma prática compartilhada.
Sua finalidade também busca contribuir com:
A partir de agora, são encorajados diálogos acerca da reavaliação do papel de Pedro entre os apóstolos, explorando diversas imagens e modelos do Novo Testamento para desenvolver uma compreensão mais inclusiva desses textos.
Enquanto a Igreja Católica vê o primado como uma instituição de direito divino, outras tradições cristãs o consideram de direito humano. O documento sugere que o primado pode ser visto como uma combinação de ambos, sendo parte da vontade de Deus mediada pela história humana.
As definições sobre a infalibilidade papal e a jurisdição universal são vistas como barreiras significativas em que, por meio de diálogos ecumênicos, há a proposta de uma releitura considerando os contextos históricos e o ensinamento do Vaticano II como esclarecimento e limitação.
Reconhece-se a necessidade de um primado em nível universal para a unidade da Igreja. Há um consenso crescente de que o primado e a sinodalidade são interdependentes, e que o primado deve ser exercido de maneira sinodal.
Há um chamado para fortalecer as conferências episcopais, especialmente em nível continental, inspiradas no modelo das antigas Igrejas patriarcais. Esse fortalecimento visa evitar uma centralização excessiva e a promoção do diálogo sobre as questões sociais.
:: Vaticano publicará documento sobre a dignidade humana
Fonte: Vatican News
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