Santo Padre

Por que a Oração do Angelus é rezada em público pelo Papa?

Há 70 anos, Papa Pio XII, inspirado por um amigo, iniciou a recitar a oração na Praça de São Pedro

Escrito por Redação A12

06 JUL 2022 - 15H26 (Atualizada em 15 AGO 2024 - 16H10)

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A tradicional oração do Angelus, realizada pelo Papa no Vaticano aos domingos, é feita com a presença de fiéis que enchem a Praça de São Pedro para rezarem junto com o Pontífice.

O motivo pelo qual esse rito tradicional é realizado em público data de 70 anos atrás, quando o médico italiano Luigi Gedda, influente líder leigo e então presidente da Associação “Ação Católica”, convenceu seu amigo, o Papa Pio XII, a rezar em público o Angelus.

Assim, em 15 de agosto de 1954, na Solenidade da Assunção de Maria, Pio XII dirigiu-se aos católicos em Roma e a todo o mundo pela Rádio Vaticano, convidando-os a se juntar a ele “na piedosa saudação à Mãe de Deus”.

Foi o início de um costume dos Papas que se repete todos os domingos e nas solenidades marianas: o Pontífice aparece na janela de sua biblioteca no Palácio Apostólico ao meio-dia para conduzir os fiéis reunidos na praça de São Pedro na oração do Angelus em latim.

O que é o Angelus?

O Ângelus tem suas raízes em uma prática medieval de rezar a Ave-Maria três vezes seguidas, por recomendação de Santo Antônio de Pádua.

Nos anos 1200, um grupo de franciscanos propôs que a prática fosse feita à noite, após a oração das Completas, como forma de meditar sobre o mistério da Encarnação de Cristo. Um sino seria tocado para lembrar aos frades e outros que era hora de rezar as Ave-Marias.

O Angelus era chamado na época de “Oração da Paz”, pois o objetivo era honrar o Filho de Deus que, encarnando-se no seio da Virgem Maria, colocou os fundamentos da paz entre Deus e os homens. A oração era rezada somente no início da noite, pois se acreditava que o Arcanjo Gabriel se apresentou a Virgem Maria ao entardecer. Inicialmente era composta pelas palavras da primeira parte da Ave-Maria, repetidas diversas vezes. Somente mais tarde, assumiu a fórmula rezada atualmente.

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Hoje, a
oração também inclui palavras da Anunciação — o anúncio do Arcanjo Gabriel a Maria de que ela havia sido escolhida para ser Mãe de Deus — e uma oração de encerramento. No Vaticano, muitos escritórios têm o costume de interromper o trabalho todos os dias para rezar o Angelus ao meio-dia.

Na época da Páscoa, o Angelus é substituído pelo Regina Coeli — Rainha dos Céus”-, uma antífona mariana rezada ou cantada durante a Páscoa.

Durante o tempo pascal, desde a celebração da ressurreição até o dia de Pentecostes, ela substitui a oração do Angelus, cuja meditação central é o mistério da Encarnação.

Assim como o Angelus, o Regina Coeli é recitado três vezes ao dia: ao amanhecer, ao meio-dia e ao pôr do sol. É uma forma de consagrar o dia a Deus e à Virgem Maria.

O Angelus é transmitido ao vivo para todo o mundo e pela Internet. Os sinos da Basílica de São Pedro sempre tocam ao meio-dia, pouco antes de o Papa aparecer na janela do Palácio para a oração à Santíssima Virgem Maria.

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