Novidades são esperadas para a segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em Roma, de 2 a 27 de outubro. A Santa Sé convocou uma coletiva de imprensa em que os cardeais Mario Grech, secretário-geral do Sínodo e o relator-geral da assembleia, cardeal Jean-Claude Hollerich, padre Costa e monsenhor Battocchio foram moderados pelo prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini e contaram os detalhes da assembleia do próximo mês. 

Entre as novidades, uma celebração penitencial presidida pelo Papa com os testemunhos de três vítimas de abusos, da guerra e da indiferença perante as migrações e quatro fóruns abertos ao público. 

“O Sínodo é um tempo de oração, não é uma convenção, mas uma assembleia eclesial que reza, é um tempo de escuta da Palavra de Deus e do Espírito e também uma ocasião para implorar de Deus o perdão pelos pecados da Igreja”, afirmou o cardeal Grech ao dar início a coletiva, dando um norte ao que esperar dessa segunda sessão. 

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Retiro Espiritual e Vigília Penitencial 

Permanecerá nesta sessão o retiro espiritual organizado para acontecer antes do Sínodo, em 30 de setembro e 1º de outubro, no Vaticano, guiado pelas meditações do padre dominicano Timothy Radcliffe e pela madre beneditina Ignazia Angelini. Próximo do final do Sínodo, no dia 21, haverá mais um dia de retiro espiritual em vista do discernimento sobre o documento final. “Haverá uma alternância de momentos de oração pessoal, de diálogo e de comunhão entre nós, de comunhão fraterna na escuta e no amor recíproco e de comunhão na oração”, afirmou o cardeal Grech. 

A novidade deste ano será, na conclusão do retiro, uma Vigília penitencial na noite de terça-feira, 1º de outubro, na Basílica de São Pedro, presidida pelo Papa Francisco, que poderá ser acompanhada pelos meios de comunicação do Vaticano e está aberta a todos, em particular aos jovens, como deixaram claros os cardeais, pois “é a eles que é confiada a mensagem de que a Igreja está nesta dinâmica de conversão, os jovens sofrem pelos nossos pecados e pelos pecados da Igreja”. A celebração prevê três testemunhos de pessoas que sofreram o pecado do abuso, o pecado da guerra, o pecado da indiferença diante do drama presente no fenômeno crescente de todas as migrações.

Conversas no Espírito 

Cerca de 36 grupos de trabalho serão divididos em cinco mesas linguísticas. Assim como na sessão de 2023, o trabalho será estruturado inspirando-se no método da conversação no Espírito com um facilitador especialista que ajudará a conversa do ponto de vista metodológico sem entrar nos conteúdos. Cada mesa linguística preparará um breve resumo a ser apresentado na próxima Congregação Geral. 

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Oração ecumênica 

Uma oração ecumênica será proposta novamente com o Santo Padre, aos delegados fraternos participantes e aos outros representantes das Igrejas e Comunidades Eclesiais presentes em Roma na noite de 11 de outubro, no Vaticano, na Praça dos Protomártires, onde, segundo a tradição, ocorreu o martírio de Pedro. A data pretende recordar a abertura, 62 anos atrás, do Concílio Vaticano II. 

Fóruns abertos 

Outra novidade serão quatro fóruns teológico-pastorais abertos a todos e aos jornalistas credenciados na Sala de Imprensa da Santa Sé. Cada fórum abordará um tema relevante do ponto de vista eclesiológico, ligado ao conteúdo do Instrumentum laboris e contará com a participação de teólogos, canonistas, bispos, pessoas também envolvidas nas assembleias de bispos. 

Dois serão realizados no dia 9 de outubro com os temas “O povo de Deus, sujeito da missão” e “O papel e a autoridade do Bispo em uma Igreja sinodal”. E os outros dois, no dia 16 de outubro, sobre “As mútuas relações entre a Igreja local e a Igreja universal” e sobre “O exercício do Primado e do Sínodo dos Bispos”. Será possível acompanhar os fóruns de modo on-line on demand. 

Participação de bispos da China e delegados fraternos 

Para esta sessão, o total de membros elegíveis é de 368, dos quais 272 bispos e 96 não são bispos. Houve 26 mudanças, principalmente substituições, os convidados especiais são 8 e os delegados fraternos, outra novidade, passaram de 12 para 16: “O Papa Francisco permitiu que o seu número aumentasse dado o grande interesse que as Igrejas irmãs demonstraram neste caminho sinodal”, afirmaram os cardeais. O cardeal Grech confirmou a presença de dois bispos da China, como no ano passado. 

Dinâmica do Sínodo 

O Padre Giacomo Costa, secretário especial da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, esclareceu que a segunda sessão deverá “indicar os passos a serem dados em relação aos temas propostos pelo Instrumentum laboris, tendo em conta a concretude e a variedade dos contextos locais e a riqueza das experiências sinodais já em curso”. 

Foi informado que a Assembleia Sinodal irá trabalhar com base em cinco módulos, cada um dos quais prevê uma alternância de sessões na Assembleia Plenária (denominadas Congregações Gerais) e nos Grupos de Trabalho (Círculos Menores). Os primeiros quatro módulos terão cada um foco temático específico, constituído uma Seção do Instrumentum laboris”. 

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Comunicação

Para os jornalistas e veículos de comunicação que irão cobrir o Sínodo, Sheila Pires, secretária da Comissão de Informação, informou sobre a logística e listou alguns eventos no calendário. “No que diz respeito à comunicação, a segunda sessão terá um ritmo diferente da primeira: menos plenárias, mais pausas para reflexão, oração e discernimento”, destacou.

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Fonte: Vatican News