Missa de lava pés: A vida de Jesus foi um lava pés até a Cruz

Na noite desta quinta-feira, dia 14 de abril, os fiéis acompanharam a Missa da Ceia do Senhor, realizada às 20h, no Altar Central do Santuário Nacional de Aparecida.

Os participantes puderam recordar a última Ceia de Jesus, momento em que Ele lavou os pés de seus apóstolos e instituiu a Eucaristia, o Sacerdócio e o mandamento do amor:

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

A celebração foi presidida pelo arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, que iniciou a Santa Missa nos lembrando: “Nem sempre lavamos os pés um dos outros e nem sempre somos eucarísticos: peçamos perdão”.

A Quinta-feira Santa marca o fim do Tempo Quaresmal e o inicio do Tríduo Pascal, onde somos convidados a viver de maneira mais intensa os momentos importantes da vida de Jesus, até a sua Ressurreição.

Refletindo sobre o que Jesus nos ensinou com sua última Ceia, Dom Orlando ressaltou o significado da Eucaristia.

“Desde o primeiro Testamento, a Eucaristia foi preparada. Nós ouvimos então a celebração da ceia judaica e o sangue do cordeiro que ungiu as portas. E hoje o Sangue do Cordeiro não está mais nas portas, está em nosso coração. Hoje, quando a gente comunga, é para que não seja mais derramado sangue por guerra nenhuma, por violência nenhuma. Por isso, nós 'eucaristizados' pelo Sangue do Cordeiro, não vamos matar, mas vamos morrer por amor”.

Ainda em sua homilia, o Arcebispo de Aparecida, explicou que o lava-pés deve ser feito todos os dias e que não é propriamente o ato de lavar os pés, mas sim ser humilde e caridoso com o irmão.

“Jesus nos deixou na hora da morte a Eucaristia, porque aquilo que Jesus disse na hora da morte é o essencial, é uma mensagem, um mandamento: “Fazei isto”. E o lava-pés também é pra ser feito: Se eu vos lavei os pés, lavai-vos os pés uns aos outros”.

Lava-pés

“A vida de Jesus foi um lava pés até a Cruz, lavando-nos com seu sangue os nossos pecados”.

Em sintonia com a Campanha da Fraternidade, que neste ano refletiu sobre "Fraternidade e Educação", Dom Orlando lavou os pés dos professores, instrutores dos projetos sociais do Santuário Nacional, além de lavar os pés daqueles que são os principais educadores na fé: os pais e os catequistas.

“Nós somos o que comemos; e nós nos alimentamos do Corpo e o Sangue do Senhor, então só nos resta ser eucarísticos e 'eucaristizar' a vida. Ser Eucaristia, praticar a Eucaristia e o lava pés”.

O Arcebispo enfatizou que a Missa não é somente consagrar, adorar e celebrar, mas é também praticar. Sermos o mais próximo de Cristo, sermos imagem e semelhança do Senhor.

“Lava-pés significa um chute na discriminação. É também um chute em todo tipo de exclusão. Lava-pés é para que ninguém de nós seja indiferente diante de toda a realidade que nós vivemos. Também a realidade econômica, realidade politica, tudo isso nos interessa, porque Jesus veio salvar o mundo e o lava-pés é essa fraternidade que vai salvar o mundo”.

Traslado do Santíssimo Sacramento

Os fiéis que acompanharam o traslado do Santíssimo Sacramento para a Capela de São José, em devoção particular, iniciaram uma Vigília para refletir o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo. Assim como Jesus pede, os fiéis permanecem vigilantes em oração.